Juventude brasileira “Entra no Clima” para influenciar proposta que o Brasil levará à COP de Paris
(Imagem: Reprodução)
Dando sequência ao inspirador e contundente depoimento da jovem brasileira, Raquel Rosenberg, no fechamento da chamada “Rodada de Bonn” ano passado, quando se realizaram reuniões de negociação da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima (UNFCCC), a ONG Engajamundo, e o Instituto de Pesquisas da Amazônia (IPAM) realizaram o debate, “Entrando no Clima”. Foi uma importante ação da juventude brasileira na tentativa influenciar a política do Brasil antes de sua participação no processo de negociação do novo acordo climático pretendido para COP 21, que acontecerá na capital francesa entre 30 de novembro e 11 de dezembro deste ano e reunirá 196 países.
O Brasil, segundo depoimento do chefe da Divisão de Clima, Ozônio e Segurança Química do Itamaraty, Everton Lucero, à Agência Brasil, vai apresentar sua proposta de contribuição para evitar que a temperatura suba além de dois graus Celsius no mundo. Mas a juventude engajada brasileira quer mais, como é possível verificar no já famoso discurso de Raquel:
Para isso, convidaram, ouviram e debateram com dois responsáveis pela negociação brasileira na COP 21: O diretor do Departamento de Mudanças Climáticas do Ministério do Meio Ambiente, Adriano Santhiago, e o representante da Divisão de Clima, do Ministério das Relações Exteriores, Guilherme do Prado Lima, no primeiro dia de julho.
A Conexão Lusófona também entrou no clima e participou virtualmente, via plataforma Youtube, do evento que aconteceu em São Paulo.
Perguntado sobre o porquê da mudança na política brasileira de não mais zerar o desmatamento da Amazônia na passagem da pasta do Meio Ambiente de Marina Silva para Izabella Teixeira, pela correspondente da Conexão Lusófona, Guilherme Prado respondeu “diplomaticamente”: “Não houve mudança nenhuma”. Em setembro do ano passado, entretanto, o Brasil não assinou a proposta de cortar pela metade o desmatamento da Amazônia até 2020 e zerar até 2030, feita pelos países europeus pela Declaração de Nova York. Na altura, a ministra brasileira alegou que o Brasil não teria sido consultado. Apenas para lembrar, a ex-ministra, Marina Silva, foi a autora da campanha brasileira “Desmatamento Zero da Amazônia”.
O evento contou ainda com contribuições importantes como a do secretário executivo do Observatório do Clima, Carlos Rittl; a consultora com especialização em gestão de sustentabilidade e mudanças climáticas globais pela Universidade de Harvard, Vanessa Callau; e a Pesquisadora do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia, Fernanda Bortolotto.
Na última parte do encontro, os jovens dividiram-se em cinco grupos de trabalho para elaborar ações que serão realizadas até a data de abertura da COP 21. Entre as muitas ações destacam-se a do GT de Adaptação, no esforço para a criação de fundos que auxiliem as populações afetadas pelas catástrofes climáticas; a do GT de Financiamento que propõe a retirada por parte do governo brasileiro de incentivos financeiros às energias a partir de matrizes fósseis; a organização da Marcha Mundial do Clima, pelo GT Mobilização; e ainda a criação da lei de Responsabilidade pelo Clima, proposta pelo GT de Implementação.
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