– O processo foi anulado porque devíamos ter passado pelo Procurador da República. Agora vamos ter de recomeçar tudo de novo – explicou em entrevista à agência Lusa Cheya Savimbi, filho do fundador da UNITA, lamentando a decisão do Tribunal de Grande Instância de Nanterre, nos arredores de Paris.
Três dos filhos do falecido líder da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) tinham avançado com um processo judicial por difamação contra a filial francesa da empresa norte-americana Activision Blizzard, que edita o jogo Call of Duty.
– Este tipo de processo é sempre longo mas estamos surpreendidos porque o juiz nem sequer avaliou o nosso desejo, só considerou que estávamos mal dirigidos. Ou seja, avaliou a forma e não o conteúdo – afirmou.
Imagem de Jonas Savimbi em game vale processo de um milhão de euros
O jogo utiliza a imagem de Savimbi numa missão no Cuando Cubango, província do sudeste de Angola, em 1986, no auge da guerra civil angolana, ajudando o herói Alex Mason a resgatar um agente da CIA, numa alusão à aliança da UNITA com os Estados Unidos, durante a Guerra Fria.
A família argumentava que Savimbi surge como “um bárbaro” na edição de 2012 do jogo, “Black Ops II”, exigindo uma indenização de um milhão de euros à filial francesa da editora e a retirada do mercado de “Black Ops II”.
Lançado em 2003, “Call of Duty” também já utilizou a imagem de Fidel Castro, de John F. Kennedy e do ex-ditador do Panamá Manuel Noriega, o qual processou a editora por atentar contra a sua reputação, mas a justiça norte-americana rejeitou a queixa em 2014 em nome da liberdade de expressão.