Em mais uma demonstração da falta de cooperação e entendimento sobre a necessidade da livre circulação na CPLP, um facto inédito manchou o início da VIII Bienal de Jovens Criadores da CPLP cujo objetivo é o aprofundamento dos laços de amizade e o intercâmbio cultural entre jovens artistas de toda a Comunidade de Países de Língua Portuguesa.
As delegações oficiais da bienal são compostas por artistas vencedores dos respetivos concursos nacionais e o visto concedido é geralmente um visto de cortesia atribuído pelo Estado-Membro anfitrião, neste caso, Portugal.
Os jovens acompanham a comitiva oficial de cada Estado-Membro, que se faz representar pelos Ministros ou Secretários de Estado da Juventude e Desportos. No entanto, mesmo num evento de caráter marcadamente institucional como este, fica evidente a dificuldade de circulação no espaço da CPLP.
A comitiva de jovens guineenses foi impedida de participar na Bienal porque o consulado de Portugal na Guiné-Bissau não concedeu os vistos de cortesia. Falámos com Aissatu Forbs, Presidente do Conselho Nacional de Juventude da Guiné-Bissau e Helmer Fortes, em representação do Fórum da Juventude da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa , para perceber melhor o que se passou:
A promoção de maior mobilidade na CPLP tem estado na ordem do dia e o atual governo português tem feito várias declarações favoráveis à promoção de uma circulação mais facilitada no espaço da Comunidade. No entanto, no último Conselho de Ministros da CPLP o assunto da “mobilidade” foi uma vez mais adiado.