Josina Machel: A heroína que inspirou o Dia da Mulher Moçambicana
Chama-se Josina Machel (1945-1971), foi uma das mulheres mais representativas da história de Moçambique e é por isso considerada ícone da emancipação da mulher. O dia de sua morte, 7 de Abril, é celebrado anualmente como o Dia da Mulher Moçambicana. Nesta data, mulheres de todo o país saem às ruas trajadas à moda moçambicana com capulanas de diversas cores para realçar a beleza que já lhes é característica.
Exemplo de coragem excepcional, transcendental e incomum entre os mortais são algumas das características que são usadas por quem a conheceu para distinguir a primeira mulher do primeiro presidente de Moçambique Samora Machel.
Nascida na província de Inhambane, sul de Moçambique, a 10 de Agosto de 1945, Josina Abiatar Muthemba começou a interessar-se pela causa da independência quando vários elementos da sua família foram presos pelo regime colonial. Foi neste contexto que, em Março de 1964, Josina Muthemba e outros jovens decidiram deixar Moçambique para se juntarem à Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo).
Durante o processo de fuga, o grupo que integrava Josina Muthemba foi preso pela polícia. Josina e seus colegas foram, depois, deportados e entregues à PIDE (Policia Internacional e de Defesa do Estado). Durante aproximadamente cinco meses, foram sistematicamente torturados e interrogados. Na ocasião, foi-lhe oferecida uma bolsa para ir estudar em Portugal, à qual recusou.
Josina e seus colegas foram depois libertados e permaneceram numa liberdade vigiada. Não obstante a intimidação da PIDE, o sonho de juntar-se à Frelimo foi retomado em Agosto de 1965.
Em pouco tempo de integração as qualidades da jovem impressionaram a todos em sua volta inclusive a Samora Machel. Em finais de 1968, Samora e Josina começaram a namorar e casaram-se a 4 de Maio de 1969, no centro Educacional do Tunduro, no sul da Tanzânia, e ela adoptou o nome Josina Machel. A 23 de Novembro de 1969, nasceu Samora Machel Júnior, conhecido como Samito, primeiro e único filho da guerrilheira.
Josina exerceu em vida vários cargos para liderar a educação política e instruir mulheres para enfrentar a situação que o país enfrentava, principalmente para a inclusão das mulheres na luta de libertação de Moçambique.
Os últimos anos de vida de Josina foram dedicados ao trabalho em assuntos sociais, com especial responsabilidade para o bem-estar das crianças órfãos da guerra. Josina padecia de um grave problema do fígado que lhe tirou a vida aos 07 de Abril de 1971 aos 26 anos de idade, deixando um filho com apenas 16 meses.
A causa independentista viria a ser conquistada quatro anos depois da sua morte. O dia 7 de Abril é feriado em Moçambique e é considerado Dia da Mulher Moçambicana, em homenagem aos feitos de Josina. Em Maputo, o anterior Liceu Salazar recebeu o seu nome, bem como um hospital em Luanda, capital angolana.
Leia algumas das declarações mais inspiradoras de Josina Machel
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