Conheça os melhores jogos educativos grátis em português
Há uma diferença fundamental entre os jogos educativos e os que são meramente recreativos. Durante o crescimento de uma criança, é importante que haja a hipótese de aprender enquanto se brinca, também para que o conhecimento seja assimilado de maneira mais eficaz. Isso não significa que os jogos comuns sejam negativos para a aprendizagem dos pequenos. Muitas das brincadeiras acabam por resultar em aprendizagens espontâneas, de grande diversão, que distraem as crianças momentaneamente. Essa forma de brincar tem o seu espaço no crescimento e é igualmente relevante.
De qualquer forma, os jogos recreativos não têm o objetivo de gerar conhecimento nas crianças, principalmente no que toca à assimilação de informações a longo prazo. Tratam-se de criações comerciais, muitas vezes focadas em personagens de animação que já fazem parte do imaginário da criançada. Por outro lado, os jogos educativos podem gerar aprendizagens de alto valor, que incentivam o desenvolvimento cognitivo e alimentam a capacidade de absorção e interpretação.
É óbvio que os jogos pedagógicos ajudam as crianças a conectarem-se com o mundo de uma forma mais educativa do que os recreativos. Se estes últimos são concebidos para distrair, os primeiros existem para gerar conhecimento. Esse conjunto de aprendizagens pode não ser apenas técnico; muitas vezes, serve precisamente para aguçar a noção de mundo, social e cultural, das crianças. Por isso, é indispensável que este tipo de jogos, de enfoque pedagógico, faça parte do quotidiano dos garotos e das suas famílias.
Os jogos educativos para o desenvolvimento infantil
A especialista e psicóloga Izadora Perkoski, mestre em análise comportamental pela Universidade Estadual de Londrina (UEL), contou à Revista Educação como, por vezes, as pessoas se queixam do facto destes jogos serem chatos. No entanto, a solução, segundo a brasileira, passa por investir em modelos adequados. Durante a sua pesquisa de mestrado, a investigadora avaliou empiricamente o impacto dos jogos educacionais nas crianças e observou as suas mudanças comportamentais durante o ato de jogar, através das interações geradas.
Uma das principais conclusões de Perkoski, de acordo com a publicação supracitada, foi ao encontro da necessidade de os jogos educativos possuírem o elemento de aprendizagem como foco. Ou seja, e pelas palavras da própria, “um bom jogo de matemática, por exemplo, é aquele que não se joga sem fazer as contas”. Através desta lógica, a parte aparentemente menos divertida não existe como complemento de uma atividade recreativa. Bem pelo contrário, o fator vital do jogo é algo que impõe, naturalmente, uma atividade educacional.
Para que a diversão seja a própria aprendizagem, a tarefa de preparar os jogos — essa sim — pode realmente ser chata. Os educadores, familiares e professores devem preparar as atividades: não convém que sejam desenvolvidas ao acaso. Da mesma forma, devem ser contextualizadas de acordo com os temas de importância para a faixa etária do menor e, claro, sempre que possível, focar-se nas suas dificuldades. Os jogos educativos servem, precisamente, para viabilizar um maior envolvimento das crianças na aprendizagem, tornando-a num processo mais acessível e descomplicado.
Os jogos educativos no sucesso escolar e na formação do indivíduo
Os jogos educativos podem ter diferentes temas e graus de eficácia. No entanto, o facto de todos se focarem na aprendizagem das crianças — e alguns, também, na socialização, por serem jogados em grupo — aumenta a probabilidade de sucesso escolar das mesmas. De acordo com uma pesquisa desenvolvida pela Universidade de Columbia, nos Estados Unidos da América, os pequenos que dedicam até 5 horas semanais a este tipo de práticas, particularmente os videojogos, apresentam um melhor desempenho nos estudos do que os colegas que não o fazem.
Embora este estudo enfoque os videojogos, os fatores que determinam os resultados obtidos também se verificam nos jogos educativos. Estas crianças apresentam, também, uma relação inversamente proporcional entre o tempo que passam a jogar e a qualidade relacional com os colegas: quanto mais tempo jogam, menos problemas têm com os pares. Claro que o objetivo do estudo não é o de aumentar o tempo que as crianças passam em frente a um ecrã, uma vez que este deve continuar a ser controlado e limitado.
O mesmo estímulo acontece através dos jogos didáticos. A criançada convive, se jogar em grupo, e aprende sobre temas importantes — no seguimento da atividade escolar ou em questões cívicas, como a segurança rodoviária, a reciclagem, a inclusão social, etc. Além disso, alguns dos benefícios associados aos jogos educativos podem deixar marcas positivas na formação da personalidade, que impactam o futuro das crianças.
Alguns dos principais benefícios
O facto destes jogos aumentarem a motivação durante a aprendizagem pode sedimentar a ideia de que aprender é divertido e, consequentemente, gerar adultos altamente motivados. O mesmo acontece com o desenvolvimento do raciocínio, que se torna mais apurado; a capacidade de socialização, que não representa um desafio durante a vida do indivíduo; a memória, cujo estímulo é frequente e, por isso, se aprimora; a linguagem digital, que é retratada e utilizada em muitos destes jogos, aumentando a “fluência” nesse campo e evitando dificuldades no futuro; o pensamento estratégico para a resolução de problemas, bem como a coordenação visual, fortemente treinada.
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Memória
Nome: Memorizar (cores, animais, leguminosas, frutos, figuras geométricas, números, ou qualquer outro tema).
Material: um tabuleiro, dois pinos e dois dados.
Conceitos: estímulo da memória e educação visual.
Como jogar: imaginando que o tema são animais, por exemplo, este jogo é muito simples de se fazer em casa. Basta imprimir as figuras (rinocerontes, leões, carneiros, cavalos, galos, etc.) — duas de cada — e, depois, recortá-las em quadradinhos. Há alguns formulários online concebidos para ajudar nesta preparação; estes podem ser coloridos antes de iniciar o jogo com a garotada.
Nome: Jogo da Memória colorido.
Material: cola; retalho de feltro; tesoura; material de costura (linda e agulha).
Conceitos: estímulo da memória, educação visual e trabalhos manuais.
Para saber como jogar, assista ao tutorial em baixo:
Matemática
Nome: Avançando com o resto.
Material: um tabuleiro, dois pinos e dois dados.
Conceitos: divisão inexata.
Como jogar: cada participante tem um pino atribuído; os jogadores devem dividir o número da casa em que o seu pino está pelo número tirado no dado e avançar com o resto da divisão. O objetivo é chegar primeiro ao outro lado do tabuleiro.
Nome: Jogo da ASMD (adição, subtração, multiplicação e divisão).
Material: cartolina ou base de madeira; papéis com números, recortados em quadradinhos; papel autocolante; 3 dados; 5 tampas de garrafas de refrigerante de cores diferentes; espuma vinílica acetinada (EVA); uma garrafa de refrigerante de pequena dimensão.
Conceitos: raciocínio, cálculo mental e as quatro principais operações matemáticas.
Para saber como jogar, assista ao tutorial em baixo:
Nome: Trilha dos restos.
Material: cartolina; caneta; dois dados; duas tampas de garrafa.
Conceitos: multiplicação matemática e raciocínio.
Para saber como jogar, assista ao tutorial em baixo:
Educação infantil
Nome: Formando Palavras.
Material: uma caixa de sapatos; seis gargalos de garrafas de plástico; 26 tampas de garrafa (para todas as letras do alfabeto) que encaixem nos gargalos; caneta.
Conceitos: alfabetização, língua portuguesa e ortografia.
Como jogar: a caixa de sapatos opera como se fosse o tabuleiro de jogo. Veja o tutorial em baixo:
Nome: Ladeira Silábica.
Material: cartão; canaletas/caixilhos; tampas de garrafas de refrigerante; cartolina; bolas de pingue-pongue; papel autocolante colorido.
Conceitos: formação de palavras, língua portuguesa e ortografia.
Como jogar: a placa de cartão opera como se fosse o tabuleiro de jogo. Veja o tutorial em baixo:
Labirinto/Quebra-cabeças/Estratégia
Nome: Xadrez.
Material: um tabuleiro quadriculado (8 × 8) e 32 peças.
Conceitos: lógica, estratégia, coordenadas e estimativa.
Como jogar: há várias peças no tabuleiro, de tipos diferentes — o Rei, a Dama, a Torre, o Bispo, o Cavalo e o Peão; cada uma destas movimenta-se de acordo com uma regra. O objetivo é realizar o xeque-mate no Rei adversário, quando a peça não pode mais ser movida de nenhuma forma.
Nome: Pirâmide — Jogo de Alinhamento.
Material: caixa quadrada com tampa, na qual o tabuleiro será a parte superior da mesma (constituído por 16 buraquinhos quadrados); 30 bolinhas (15 de cor clara e 15 de cor escura).
Conceitos: lógica e estratégia.
Para saber como jogar, assista ao tutorial em baixo:
Conheça os melhores jogos educativos gratuitos sem tabuleiro e para grupos
Nome: Escopa.
Material: um baralho com 40 cartas (os oitos, noves e dez devem ser retirados, em todos os naipes).
Conceitos: soma, lógica e estratégia.
Como jogar: o objetivo de cada jogador é fazer o maior número de vazas (quando uma carta que se tem em mãos soma 15 pontos junto a uma ou mais cartas da mesa) e escopas (quando a carta descartada, junto a todas as resntantes da mesa, soma 15 pontos). A Dama, o Valete e o Rei equivalem a 8, 9 e 10 pontos, respetivamente, e o Ás equivale a 1.
Nome: A lata das letras.
Material: uma lata ou pote com tampa semi-aberta; 26 rolhas de garrafa, uma para cada letra do alfabeto; caneta.
Conceitos: alfabetização, língua portuguesa e ortografia.
Veja o tutorial em baixo:
Nome: Tapete das cores.
Material: tapete; dado colorido de grande dimensão; cartolina colorida.
Conceitos: estratégia, concentração, raciocínio, coordenação motora ampla.
Como jogar: veja o tutorial aqui.
Apps e jogos educativos online
Existem sites que disponibilizam jogos gratuitos e educacionais para a criançada. Um dos exemplos é o brasileiro Escola Games, que possui uma oferta bastante vasta e diversificada. Os separadores vão desde o grau de dificuldade (do fácil ao difícil) até à designação do meio de aprendizagem — que podem ser jogos, livros ou aplicações. Não faltam opções de temas, como Ciência, Matemática, Língua Portuguesa, Memória, entre muitos outros; e também há muito por onde escolher tendo em conta a faixa etária dos garotos. Outro dos sítios web com especialização em jogos educativos é o Ludo Educativo. Também tem endereço brasileiro e, tal como o exemplo anterior, uma oferta variada, com indicação de apps educativas.
Embora estas duas grandes referências ajudem imenso na tarefa de descobrir as melhores aplicações para as crianças que conhecemos, de acordo com os seus feitios, gostos ou, até, dificuldades, há muitas outras opções. Nomeadamente, a Matemática para Crianças e a City Check, ambas portuguesas. A primeira foi criada pela Science4you, através do conhecimento de pais e especialistas. Destina-se a crianças do ensino primário e ajuda, sobretudo, nas atividades de adição e subtração de números. Já a City Check volta-se para a Geografia. O grande foco desta app é fazer com que as famílias que estão a viajar em conjunto possam aceder a informações sobre os locais que estão a visitar, de forma divertida e interativa.
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