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Investigadora portuguesa descobre proteína que permite deteção precoce do cancro do pâncreas

(Imagem: Bárbara Marinho, bforadacaixa.org)

GPC1 (de glupican-1) é o nome da minúscula proteína que foi descoberta pela investigadora Sónia Melo, do Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto (Ipatimup). Detetável através de uma análise sanguínea, é a resposta que poderá vir a solucionar a grande dificuldade que sempre existiu na identificação antecipada do cancro do pâncreas, um dos cancros mais letais, exatamente porque o seu diagnóstico é tardio, na maioria dos casos, impedindo assim um tratamento prévio.

– Iniciámos este estudo no final de 2013 e avaliámos dois grupos de pacientes alemães, num total de 246 […] o biomarcador funcionou em 100% dos casos, sem falsos positivos ou negativos para o cancro pancreático – explicou a investigadora em entrevista ao Diário de Notícias.

Sónia já registou a patente do biomarcador juntamente com Raghu Kalluri, da Universidade do Texas, nos Estados Unidos. Neste momento, estão em curso negociações “para desenvolver um teste de diagnóstico de rotina para aplicação médica”.

– Para um novo medicamento, o tempo que medeia a descoberta de um composto até à sua aplicação médica é sensivelmente de dez anos, porque há testes de toxicidade a suplantar, mas neste caso, para um teste de diagnóstico, cinco anos é um prazo mais expectável – reforça a investigadora portuguesa ao DN.

Esta proteína não só ajuda a diagnosticar precocemente o cancro do pâncreas como também será muito importante para controlo de rotina dos pacientes, visto que permite, sem a realização de testes invasivos ou exames dispendiosos, estudar a melhor opção para o tratamento, particularmente a quimioterapia.

– Os valores da proteína GPC1 no sangue poderão dar indicações preciosas sobre um determinado tratamento está a surtir o efeito desejado ou não – explica Sónia.

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