(Imagem: Reprodução youtube)

O povo indígena Tremembé conquistou a posse definitiva das terras que ocupam no Ceará, no município de Itapipoca (a 135 quilômetros de Fortaleza).

O acordo foi assinado pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, na última sexta-feira (dia 7) na presença de membros da tribo num evento realizado no Palácio da Abolição, sede do Governo do Ceará, em Fortaleza.

A líder dos Tremembés, Adriana Carneiro de Castro, considera que a posse deste território não foi apenas uma conquista para a sua tribo, mas sim para todos os indígenas do Ceará.

– Acredito que essa vitória não está só connosco, mas se expande a todos os nossos parentes, que também esperam por esse momento. Quero dizer a eles que estamos unidos nessa busca de conquistar todas as nossas terras no Estado – afirmou Adriana Carneiro de Castro à EBC.

A Terra Indígena Tremembé da Barra do Mundaú tem 3.580 hectares. Atualmente, o território é palco de conflitos judiciais com um grupo de estrangeiros que pretende construir um grande empreendimento turístico no local. Batizado de Nova Atlântida, o projeto inclui a construção de hotéis e campos de golfe na área. O licenciamento ambiental do empreendimento está pendente desde novembro do ano passado.

Adriana afirma viver “uma luta acirrada por conta desse grande impacto” na sua terra e no seu modo de vida.

A declaração de posse permanente foi publicada ontem no Diário Oficial e o próximo passo será a delimitação da terra indígena, que será feita pela Fundação Nacional do Índio (Funai). Entre um processo e outro, ocorre a retirada da população não pertencente às tribos indígenas do local.

Existem 14 etnias indígenas no Ceará, mas apenas uma terra é regularizada (a dos Tremembés do Córrego João Pereira, que fica entre os municípios de Acaraú e Itarema, a cerca de 200 quilômetros da capital). A Funai estima uma população de 30 mil indígenas no Estado.