Um incêndio na madrugada de hoje (3 de fevereiro) no prédio da Cinemateca Brasileira, na zona sul de São Paulo atingiu parte do acervo da instituição. Os bombeiros informam que não há vítimas e as causas do incidente ainda estão sendo investigadas, mas há suspeita de autocombustão dos filmes, que são feitos de nitrato de celulose, material inflamável, característico da produção de películas brasileiras até a década de 1950.
Segundo um comunicado do Ministério da Cultura, o fogo atingiu uma das quatro câmaras onde são armazenados rolos originais de filmes (matrizes) de produções audiovisuais. Nenhuma outra estrutura da Cinemateca foi atingida. Os filmes são armazenados em um depósito construído em um local mais afastado da estrutura da Cinemateca, justamente pelo perigo de incêndio. O incêndio destruiu cerca de mil rolos de filme, que correspondem a aproximadamente 500 obras audiovisuais, sendo a maioria cinejornais e apenas um longa-metragem. Ainda segundo o ministério, as obras atingidas possuem cópia.
Com o maior acervo do gênero da América latina, a Cinemateca abriga cerca de 200 mil rolos de filmes, entre longas, curtas e cinejornais de 30 mil títulos. Além disso, lá estão guardados livros, revistas, roteiros originais, fotografias e cartazes.
Segundo informações da Agência Brasil, entre as relíquias audiovisuais estão gravações da TV Tupi, a primeira emissora de televisão do Brasil, inaugurada em setembro de 1950 e com as atividades encerradas em julho de 1980. estão também obras de ficção, filmes publicitários e registros familiares nacionais e estrangeiros, produzidos desde 1895.