Ricardo Fujii faz da fotografia uma arte (ainda mais) sensível. No seu projeto “Ilumina”, Fujii consegue tornar-se numa espécie de fotógrafo de sentimentos e pensamentos – o que parece inacreditável, mas é totalmente real. Está a questionar-se sobre como é possível? É normal. Afinal de contas, nunca existiu propriamente uma representação imagética das nossas emoções; apenas tentativas de as materializar através de símbolos. Pois bem, o fotógrafo brasileiro consegue superar essa barreira e o resultado é muito melhor do que os emojis a que estamos habituados.

O processo é bem mais simples do que aquilo que pode estar a imaginar. As imagens captadas são obtidas através de uma experiência plasmática: é colocado um incenso no centro de um grupo de pessoas sentadas em círculo; o grupo escolhe uma palavra que representa o sentimento comum e, depois de se concentrar profundamente, vivencia-o. Algum tempo depois, a palavra é dita em voz alta e, nesse momento, a fumaça que ali se gerou graças à presença do incenso é fotografada. Na imagem obtida, aplica-se o efeito de “espelho” – que replica verticalmente a imagem gerada e, por isso, a torna maior e simétrica.

Veja as fotografias e repare se os pensamentos associados correspondem ao que pensava. O nosso palpite é que se vai surpreender.