(Imagem: reprodução Salon)
Pode não ter dado por nada, mas quando ontem à noite foi anunciado o Óscar de melhor cenografia, atribuído ao filme The Grand Budapest Hotel de Wes Anderson, a vitória teve um sabor português.
Como assim, se o nome dos nomeados eram Adam Stockhausen e Anna Pinnock? Porque para preparar os cenários do filme, a dupla contratou a empresa Afterwall, propriedade de Gonçalo Jordão, técnico com formação na área de pintura decorativa, conservação e restauro, para se responsabilizar pelas paredes do lóbi do cenário do hotel, que tinha murais de Caspar David Friedrich, um pintor alemão do século XIX.
A escolha recaiu sobre esta empresa portuguesa, porque no seu currículo conta já com as requalificações do Palácio Nacional de Queluz, do Palácio de Belém e do Palácio Nacional da Ajuda. Para além disso, esta não é a primeira participação de Gonçalo Jordão no mundo da sétima arte. A primeira foi no clássico da Disney, A Bela e o Monstro e a última aconteceu no filme de 2013, O Quinto Poder.
Mais que a participação inestimável para a vitória no galardão, o facto de ter sido escolhido para colaborar num projeto desta envergadura, trouxeram o merecido reconhecimento do excepcional trabalho do restaurista português, para além de inúmeras estórias para contar, sobre os bastidores de Hollywood.
Apesar de Eduardo Serra já ter sido nomeado duas vezes para o Óscar de melhor fotografia, pelos filmes As asas do amor e A rapariga com brinco de pérola, esta é a primeira vez que um português está associado a uma vitória nos prémios maiores do cinema mundial.