(Imagem: Reprodução Sapo Moçambique)
O constitucionalista moçambicano Gilles Cistac foi baleado esta manhã em pleno centro de Maputo, na Avenida Eduardo Mondlane, enquanto tomava o pequeno-almoço no Café ABC.
Segundo testemunhas oculares e conforme já foi confirmado pela polícia, a execução foi levada a cabo por quatro homens que seguiam numa carrinha e dispararam quatro tiros de uma arma semiautomática. Três dos tiros atingiram o jurista de ascendência francesa, que acabou por não resistir aos ferimentos e faleceu algumas horas mais tarde no Hospital Central de Moçambique.
Gilles Cistac era visto como um opositor à Frelimo, o partido no poder em Moçambique, e já tinha sido alvo de várias ameaças à sua vida e integridade física, pelo incómodo que causavam as suas teorias constitucionais sobre a autonomia de certas províncias do país, posição que ia ao encontro do que defende a Renamo, a principal força da oposição ao governo moçambicano, que ganhou em número de votos, em muitas das províncias que reclamam maior autonomia.
Em reação à notícia, António Muchanga, porta-voz da Renamo, afirmou que o Professor Gilles Cistac tinha sido vítima de perseguição política por ter expressado a sua opinião sobre um dos temas mais importantes do país e negou ainda que o Professor de Direito Constitucional na Universidade Eduardo Mondlane, estivesse a assessorar o partido na elaboração da proposta de projeto-lei de criação de províncias autónomas.