Por força do consórcio “Bissau Cabo”, administrado por Rui Duarte de Barros (antigo primeiro-ministro do país) e criado pelo governo no âmbito do projeto ACE (African Coast to Europe), a fibra ótica está praticamente pronta para penetrar na Guiné-Bissau. O país africano que, segundo dados de 2017 divulgados pela Index Mundi, tem apenas 3.5% da sua população com acesso doméstico à internet, pode ver esse panorama radicalmente alterado já em 2020.
O ACE fornece internet a mais de 20 países, desde a França até à África do Sul, através do cabo de comunicações submarino. Foi, aliás, o primeiro cabo submarino internacional a chegar à Guiné Equatorial, à República da Guiné, à Libéria, à Mauritânia, a São Tomé e Príncipe, à Gâmbia e à Serra Leoa. Trata-se de um cabo de fibra ótica com 17 mil quilómetros de distância que, agora, pode também vir a transformar a realidade da Guiné-Bissau.
O financiamento para este projeto foi cedido pelo Banco Mundial, no valor de 35 milhões de dólares americanos — empréstimo a ser reembolsado até 2022. A informação patente no site desta instituição confirma que a estação terrestre localizada em Suru, que terá um cabo de fibra ótica fixado até Antula, tem como objetivo possibilitar a propagação do sinal por cabo em todo o território guineense. Segundo os dados, o término desta operação poderá ser a chave para democratizar o acesso à internet no país.
Numa nação em que o acesso à internet ainda apresenta valores muito diminutos, uma mudança desta dimensão irá impactar o modo de vida da população. Desde os métodos de ensino, que poderão tornar-se mais dinâmicos e diversos, até aos momentos de lazer e à conectividade com o resto do globo, a Guiné-Bissau vive um clima que pode revelar-se tecnologicamente revolucionário. A isso junta-se a redução de custos, discriminada pelo Banco Mundial como um dos principais objetivos desta implementação.