Exposição resgata história dos índios no Rio de Janeiro
(Imagem: Fernando Frazão, Agência Brasil)
A história indígena e os processos judiciais envolvendo a utilização de terras dos habitantes originais do Rio de Janeiro no século XIX são os principais temas da exposição “O Rio de Janeiro continua índio” que está aberta a visitação desde segunda-feira no Antigo Palácio da Justiça, centro da capital fluminense.
São 26 painéis temáticos contando a história dos povos que viviam no Rio há pelo menos 8 mil anos antes da chegada dos portugueses. Além dos painéis, nove processos jurídicos mostram aldeias indígenas no estado. A iniciativa é do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, em parceria com o Museu do Índio/Funai. A exposição é gratuita e fica aberta até 31 de julho.
Em entrevista à EBC, o curador da exposição, Carlos Augusto da Rocha Freire, antropólogo do Museu do Índio há 40 anos, explicou que os painéis foram divididos em grandes passagens históricas ao longo dos séculos.
– Os temas são marcados basicamente pela guerra colonial, a escravidão indígena, luta pela terra, o processo civilizatório e o protagonismo indígena. Também abordamos a presença guarani no estado, porque são os ancestrais mais antigos. Ainda hoje várias dessas aldeias estão presentes no litoral sul do estado -, explicou.
Chefe de Serviço do Acervo do museu, Gilmar de Almeida Sá, coordenou o trabalho de pesquisa dos processos do século XIX.
– Realmente foi um trabalho de garimpo. Eles falam de regularização de posse das terras indígenas no município de Cabo Frio. Por esses documentos, é possível identificar determinadas propriedades que pertenciam aos índios – , acrescentou.
Para o professor José Ribamar Bessa Freire, coordenador do Programa dos Povos Indígenas, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), a exposição apresenta uma documentação “invisível” sobre os indígenas.
– A presença do índio no Rio é bastante documentada, mas não é divulgada na mídia nem na escola. Nos arquivos, nem sempre ela é visível. Há uma visão de que a história do Rio de Janeiro no século XIX é basicamente de negros. Não há muito material para trabalhar isso nas escolas. Por isso, seria interessante a visitação de escolas para suprir essa lacuna.
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