Os 40 anos do fotojornalismo moçambicano são celebrados em uma exposição requintada de seis fotojornalistas da antiga e da nova geração.
A exposição, que conta com cerca de 36 fotografias, retrata momentos históricos da nação moçambicana através de imagens que lembram o passado, contam o presente e perspectivam o futuro deste mesmo povo que carrega consigo traços da guerra, tentando se reconstruir esbarrando-se com a fome e a pobreza que ainda se faz sentir em muitos lares.
Ricardo Rangel, Kok Nam (já falecidos), Alfredo Mueche, Joao Costa (Funcho), Inacio Perreira, Naíta Ussene e Mauro Vombe revelam em seus retratos histórias inéditas de contraste de uma sociedade marcada por traços do colonialismo onde há vida e morte, sorrisos e lágrimas, alegrias e tristezas, amor e dor.
Para o escritor Mia Couto, um dos organizadores do evento, os fotógrafos têm conquistado o lugar que merecem como comunicadores que são, pois até algum tempo atrás a fotografia era apenas um “anexo jornalístico”.
Naíta Ussene, em representação dos expositores, defende que os fotógrafos são como artistas, e considera a exposição como sendo uma parte da história de Moçambique e faz menção a Ricardo Rangel como o ícone do fotojornalismo moçambicano. Apesar de reconhecer os avanços, Naíta Ussene denuncia a existência de um desinteresse por parte de alguns fotógrafos e deixa ficar um alerta em relação ao fotojornalismo sem a veia jornalística para a investigação e elaboração de reportagens sobre a realidade social, que se cinge apenas a conferências de imprensa, workshops e reuniões políticas.
A ideia principal desta exposição, segundo o escritor Mia Couto, é homenagear o trabalho feito pelos fotojornalistas moçambicanos desde o período colonial à actualidade e destacar a sua contribuição para a história do país.
A exposição pode ser visitada na Fundação Fernando Leite Couto até 31 de janeiro em Maputo.