Estudante de Direito acusa a Ordem dos Advogados do Brasil de discriminação por usar véu islâmico
(Imagem: Reprodução Captura do Youtube de Ruba Zai)
Chama-se Charlyane Silva de Souza, tem 29 anos, é brasileira, muçulmana e estudante do último ano de Direito na Faculdade Anhaguera.
No passado dia 15 de março, enquanto realizava a prova unificada de acesso à Ordem dos Advogados, em São Paulo, foi interrompida mais que uma vez por examinadores, porque usava um hijab, véu islâmico tradicional que cobre os cabelos, as orelhas e o pescoço.
Houve ainda uma examinadora que perguntou à jovem se era muçulmana e se teria como comprovar a sua religião. Mais tarde, foi convidada a tirar o véu. Perante a recusa, pediram-lhe que se deslocasse para uma outra sala, onde terminou de realizar a prova sozinha.
A Ordem dos Advogados justifica a conduta dos seus examinadores com base no artigo 3.6.15 do Edital do Exame, que prevê a proibição de “acessórios de chapelaria, tais como chapéu, boné, gorro etc.” no decurso do mesmo. A Ordem reconhece não ter previsto casos como o de Charlyane Silva, mas recusa qualquer acusação de xenofobia ou discriminação, por parte dos responsáveis pela vigia da prova, que se limitaram a fazer cumprir os regulamentos vigentes, que, entretanto, vão ser reavaliados, para evitar situações futuras do mesmo género.
Relativamente ao Exame do passado domingo, Charlyane diz que foi prejudicada, uma vez que toda esta situação lhe perturbou a concentração e retirou tempo valioso para concluir a prova.
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