Parlamentares brasileiros favoráveis e contrários ao impeachment defenderam seus pontos de vista, numa tentativa de influenciar as opiniões da comunidade internacional sobre o processo contra Dilma Rousseff na capital portuguesa.
A Assembleia Nacional Portuguesa assumiu como palco da cúpula da Assembleia Parlamentar Euro-Latino-América (EuroLat), tornando-se no primeiro grande fórum internacional com participação brasileira após o Senado brasileiro aprovar o afastamento temporário da presidente Dilma Rousseff.
Embora o processo de paz na Colômbia, a transparência fiscal e a luta contra a fraude (ligada aos Panama Papers), os fluxos migratórios e as negociações entre o Mercosul e a União Europeia fossem os temas em agenda para serem abordados, o tema que vincou no debate que conta com a presença de cerca de 120 parlamentares europeus e latino-americanos, foi a crise política brasileira.
Por um lado, em menor número, os defensores do afastamento de Dilma apresentaram aos colegas de outros países suas justificativas para alçar Michel Temer à Presidência da República, argumentando que houve legalidade em todo o processo e que o mesmo está de acordo com a constituição brasileira. De outro, os aliados da presidente defendem que é um golpe e somente uma postura forte da comunidade internacional contra esse golpe pode reverter a situação atual.
Alguns dos presentes defendem que a solução para os problemas deve ser encontrada internamente, defendendo que a comunidade internacional mantenha a neutralidade. Contudo, os defensores de Dilma Rousseff foram contra, propondo, por exemplo, a criação de um Observatório Internacional para acompanhar o processo.