A indústria dos jogos está a ceifar cada vez mais terreno no Brasil. De acordo com os dados da plataforma global Newzoo, em 2017 existiam 66,3 milhões de jogadores no país. Em 2018, eram expectáveis números que rondassem os 75,7 milhões de aficionados. Desta forma, devido ao aumento dos consumidores, a movimentação financeira em torno deste setor também subiu. Graças a estes factos, o Brasil é considerado o país líder da América Latina, estando posicionado no 13.º lugar no ranking global.
Regra geral, a evolução gera progresso. Consequentemente, a expansão do mercado do gaming não se fica apenas pelas estatísticas. Têm existido mudanças sociais no setor — mesmo que tímidas —, fazendo com que a presença feminina se manifeste. De acordo com o 2.º Censo da Indústria Brasileira de Jogos Digitais (2013 – 2018), estudo realizado pela Homo Ludens, as mulheres representam 20,7% do avanço da área. O número triplicou nos últimos seis anos.
A luta pela igualdade de género ainda é uma questão, apesar do crescimento da representatividade feminina. O estudo revelou que o ambiente de trabalho, neste tipo de indústria, continua a ser dominado pelo sexo masculino. Além disso, quando tentamos analisar as estatísticas sobre diversidade, a disparidade agrava-se. Dos 2731 trabalhadores do setor, apenas 12 são transsexuais (0,4%); 234 são negros (10%); 24 são indígenas (0,8%); e dos 375 estúdios nacionais, apenas oito têm mulheres negras como sócias.