Países que têm crescido economicamente — como China e Brasil — têm aumentado exponencialmente o consumo de carne nos últimos 60 anos. No Brasil, por exemplo, o consumo de carne de boi, frango ou porco passou de 25 quilos anuais por pessoa para 100 quilos, entre 1961 e 2013. O número representa um aumento de 300%. Na China, esse valor passou de três para 60 quilos anuais. Os dados são do Oxford Martin, o centro de investigação da Universidade de Oxford, para a BBC.
Crescimento econômico
A alta taxa de consumo de carne está relacionada com o poder de compra da população. Ou seja: quanto mais dinheiro, mais carne, afirma o estudo. Uma pessoa de países como Estados Unidos, Austrália e Nova Zelândia consome ao equivalente a 50 galinhas ou metade de uma vaca, em um ano. Já cidadãos de países da União Europeia, como Portugal, comem entre 50 e 100 quilos de carne anualmente. O valor é dez vezes maior que na Etiópia (sete quilos por ano) e na Nigéria (nove quilos).
Redução do consumo de carne e consciência ambiental
Desde o ano 2000, as economias avançadas têm tido uma desaceleração no aumento do consumo de carne. Mas ele continua a crescer. A exceção é nos Estados Unidos — líder da lista, com 120 quilos de carne por pessoa por ano — onde houve redução. Muito se deve a dois tipos de discurso.
O primeiro é mais voltado ao meio ambiente, à poluição gerada pela criação de animais em regime extensivo e ao uso de pesticidas e agrotóxicos no plantio de grãos que resultam em rações para gado. O segundo é em relação ao direito animal, que lembra que os animais são seres vivos que estão sendo instrumentalizados pelos seres humanos em uma lógica conhecida pelo nome de especismo.
A Índia é o único país do estudo que manteve as taxas de consumo de carne equilibradas.