Um dos países mais bem cotados em matéria de democracia e desenvolvimento humano ao nível da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa vai a votos em Março próximo para eleições legislativas, decorrerão também as presidenciais e autárquicas, estas ainda sem data fixada.
Muitos círculos de opinião que são eleições decisivas e que podem mudar a configuração de alguns sectores políticos de Cabo Verde.
Vai ser um processo de luta política no entre Janira Hopffer Almada do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV) e Ulisses Correia e Silva do Movimento para a Democracia (MPD), ambos que se estreiam como candidatos a chefe de governo, a terem necessidade de provar a sua capacidade para gerir os consensos e os dissensos internos.
Ulisses Correia e Silva, sucessor de Carlos Veiga destaca o facto de ter havido uma única candidatura na eleição para a escolha do novo líder do MPD, como sinal claro de união e apoio dos militantes no fortalecimento do partido, para encarar desafios eleitorais.
O novo presidente do Movimento para a Democracia defende uma maior relação política entre os partidos, realçando a necessidade de haver forte compromisso e consensos em assuntos importantes para a vida do país.
Neste momento o PAICV governa o país, enquanto o MPD é o maior partido autárquico, sendo Jorge Carlos Fonseca o Presidente da República, eleito com o apoio do Movimento para a Democracia.
Pela primeira vez desde abertura política e democrática, regista-se a coabitação entre o Governo e o Presidente da República de famílias politico-partidárias diferentes.
O primeiro-ministro de Cabo Verde, José Maria Neves, admitiu recentemente que o país irá viver “alguma agitação” durante este ano eleitoral, mas recusou a ideia de instabilidade política ou social, afirmando que a democracia cabo-verdiana “é irreversível”.
Porém, em meio aos dois grandes partidos surge também a União Cabo-Verdiana Independente e Democrática (UCID) que apresentou no dia 30 de Janeiro, na sua sede, em São Vicente, os escolhidos para liderar as listas do partido nas legislativas de 20 de Março, próximo. O partido vai concorrer em todos os círculos eleitorais do país e da diáspora.
As listas foram aprovadas na reunião do Conselho Nacional do partido democrata-cristão com unanimidade, à excepção de São Vicente que teve uma abstenção. O líder do partido, António Monteiro, renova a sua candidatura pelo círculo eleitoral de São Vicente.
A Conexão Lusófona vai acompanhar este processo até à realização do escrutínio.