É a primeira vez na história do futebol mundial, que uma mulher irá assumir a secretaria geral da Fifa, um dos mais importantes cargos desta organização a seguir à presidência.
Quem mereceu tamanha distinção foi a senegalesa Fatma Samoura, de 54 anos, que trabalhou por 21 anos em programas da ONU na África, especialmente na Nigéria.
A diplomata sucede o francês Jerome Valcke, demitido e suspenso por 12 anos pela Fifa por envolvimento num esquema de venda ilegal de ingressos para a Copa do Mundo de 2014.
Em comunicado à imprensa, Fatma declarou que espera “poder compartilhar sua experiência em governabilidade para o importante processo de reformas que está em andamento na Fifa”.
Apesar de não ter tido antes fortes ligações com o futebol, a senegalesa poderá assumir o cargo em Junho próximo após passar por testes de elegibilidade para assegurar que ela preenche todos os possíveis requisitos do Estatuto da Fifa. Os testes serão realizados por um comitê independente da organização.
– É essencial para a Fifa ter novas perspectivas, fora das tradicionais visões dos executivos de futebol, enquanto continuamos a restaurar a credibilidade e a reconstruir a organização. Ninguém exemplifica isso melhor do que Fatma, e estamos muito felizes de ter uma adição dessa ao nosso time. Ela já provou sua habilidade de construir e liderar equipes e melhorar a maneira como essas organizações desempenham seus trabalhos – afirmou o presidente da Fifa, Gianni Infantino,falando na abertura do 66º congresso da Fifa na Cidade do México.
Fatma Samoura é referida como uma mulher com experiência em gestão de grandes entidades, orçamentos e equipes. Começou a carreira na ONU como directora de logística do Programa Mundial de Comida em Roma, na Itália, em 1995 e já trabalhou países africanos como Djibouti, Camarões, Chade, Guiné, Madagascar e Nigéria.
A nomeação de Fatma na maior entidade que rege o futebol mundial constituiu uma grande surpresa durante o Congresso da Fifa, onde dirigentes se reúnem regularmente para decidir as reformas a serem implementadas para acabar com a corrupção, que constitui um dos principais dilemas da Fifa nos últimos tempos.