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E se a rotina dos países africanos estivesse à distância de uma lente?

Senhoras e senhores passageiros, antes de embarcarmos numa viagem pelo continente africano, relembremos alguns factos importantes sobre o nosso destino:

 

– O continente africano é o terceiro mais extenso do globo, ficando atrás do asiático e do americano, e é o segundo mais populoso, contando com mais de 800 milhões de habitantes distribuídos por 54 países;

 

– Quanto à sua fisionomia, este continente tem cerca de 30 milhões de quilómetros quadrados, cobrindo aproximadamente 20% da área total do nosso planeta;

 

– Em África podemos encontrar grandes reservas de minerais, das quais se extraem ouro e diamantes e, ainda, fosfato, magnésio, cobre e urânio. Além disso, este aglomerado de terra é reconhecido pelas suas valiosas fontes energéticas como o petróleo e o gás natural;

 

– Apelidado de “berço da humanidade”, o continente africano é palco de histórias e um caldeirão de culturas, temperado com diversidades étnicas, sociais e políticas. África é sinónimo (para muitos) de terra de desigualdades, mas não podemos deixar de enaltecer a sua capacidade de superação e reinvenção.

 

Tiradas as notas, daremos início à nossa viagem. Esta será realizada sem que necessite de perder tempo com check-ins ou filas de espera; aperte o cinto e viaje pelas nuances africanas através de imagens:

 

Tanzânia (Imagem: Everyday Africa)

 

 

Eritreia (Imagem: Everyday Africa)

 

 

Zimbabué (Imagem: Everyday Africa)

 

 

Etiópia (Imagem: Everyday Africa)

 

 

Gana (Imagem: Everyday Africa)

 

 

O propósito do Everyday Africa

 

Com o intuito de quebrar barreiras e de demonstrar todos os factos, acima referidos (e mais alguns), sobre o continente africano, foi criado o projeto Everyday Africa. Tudo começou na Costa do Marfim, em 2012, quando o fotojornalista Peter DiCampo e o jornalista Austin Merril decidiram criar um site de fotografias, captadas através de dispositivos móveis. Uma vez que o continente africano é tão vasto e, na maioria das vezes, é descaracterizado por causa dos estereótipos e preconceitos mal fundamentados, estes dois homens colocaram mãos à obra e desafiaram a população mundial a desconstruir algumas perceções e a compreender melhor o que África tem para oferecer.

 

Deve saber (certamente) que a fotografia é conhecida por ter o poder de registar e de eternizar momentos. Deste modo, fazendo uso dessas características, o Everyday Africa nasceu para alimentar a História e relatar as estórias do continente africano, através de registos fotográficos, revelando momentos do quotidiano e combatendo o que comummente é transmitido pelos meios de comunicação. Criar storytellers de várias gerações e formar públicos que reconheçam a necessidade de consumir múltiplas perspetivas, antes de definições ou categorizações, é o que este projeto pretende.

 

O Everyday Africa rege-se pela necessidade de enriquecer as pessoas com fotografias que não divulguem a imagem estereotipada do continente africano. Espalhar conhecimento sobre a verdadeira essência de África e desvendar a realidade de pormenores diários, capazes de aproximarem as pessoas da realidade mundana, são os valores que norteiam a iniciativa.

 

Com a emancipação da tecnologia, a fotografia tornou-se numa forma de absorver informação rapidamente. Através de imagens conseguimos decifrar  – quase que instantaneamente – a história que esta pretende narrar. Além disso, a fotografia passou a ser uma ferramenta acessível a todos. Devido a estes factos, o projeto Everyday Africa ganhou um sucesso avassalador, tornando-se num movimento internacional alimentado via Instagram e Facebook, por centenas de fotógrafos que se dedicam a combater os clichés sociais, promovendo a magia da diversidade.

 

Hoje em dia, este projeto deixou de estar apenas associado ao continente africano, expandindo-se além-fronteiras. Everyday Brasil, Everyday Australia, Everyday Black America, Everyday Europe são apenas algumas das extensões desenvolvidas. Apesar da amplificação do nome, os princípios são os mesmos: desconstruir mitos e rotulações, através de cliques atemporais.

 

Gana (Imagem: Everyday Africa)

 

Tanzânia (Imagem: Everyday Africa)

 

África do Sul (Imagem: Everyday Africa)

 

 

 

 

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