Microfibras ecológicas, folha de ananás, garrafas de plástico, algodão, airbag reciclado e cortiça são apenas alguns dos materiais explorados, pela empresa portuguesa Nae, na confeção de calçado sustentável. Além de procurar defender uma pegada ecológica vegana, esta marca — que surgiu do acrónimo da expressão “No Animal Exploitation” (Não à Exploração Animal) — pretende expandir o leque de opções no mercado, através da angariação de alternativas justas e respeitadoras do meio ambiente.
Se a qualidade dos produtos o preocupa, pode ficar descansado. A Nae, apesar de usar matérias-primas alternativas, garante a impressão de uma assinatura de excelência naquilo que produz. Esta, segundo as informações disponíveis na sua página oficial, nasceu “sob o pressuposto da não exploração animal, apostando não só em materiais naturais e ecológicos, mas também no design, estilo e qualidade” — características comummente reconhecidas, pelo mercado internacional, ao calçado made in Portugal. Desta forma, todos os produtos fabricados são “éticos e pensados para o consumidor e para o seu conforto diário”.
Perseguindo o objetivo de lançar produtos modernos e úteis, fabricados apenas em solo português e — garante a Nae — em locais que sejam certificados e que respeitem os seus colaboradores, a procura por matéria-prima de origem natural é a tarefa de ordem. Desta investigação, descobriu-se, por exemplo, o Piñatex: um tecido feito a partir de fibras de folha de ananás que, além de ser impermeável, é muito quente (o inverno assim o exige!). Segundo a marca de calçado vegana, este material é produzido por uma empresa inglesa que trabalha diretamente com comunidades locais de produção de ananás, nas Filipinas. Além de investir na criação de postos de trabalho — “respeitados e com remuneração justa”—, a companhia britânica utiliza somente a fibra das folhas dos ananases que foram consumidos, combatendo o desperdício e aumentando a economia local.
As garrafas de plástico e os pneus reciclados são outras das apostas da Nae. Além disso, também há espaço para a reutilização do nailón dos airbags — material resistente ao frio, ao calor e à chuva —, bem como para a cortiça portuguesa — extraída dos sobreiros nacionais protegidos, sem que o desenvolvimento dos mesmos seja prejudicado; material 100% aproveitado, 100% reutilizável e 100% reciclável. Os requisitos presentes na fabricação continuam os mesmos: calçado de qualidade, com uma longa durabilidade e que não deixa pegadas nocivas no meio ambiente.