(Imagem: Reprodução Blog do Marcos António)
Estalou a polémica mal se soube o nome do vencedor deste ano do Carnaval do Rio de Janeiro. Numa edição bastante disputada, a sorte acabou por cair à Escola Beija-Flor, de Nilópolis, a mesma que foi financiada pessoalmente por Teodoro Obiang, o polémico Presidente da Guiné Equatorial, país que foi o tema do desfile vencedor.
A escola recebeu uma contribuição de cerca de 10 milhões de reais (três milhões de euros) do estadista africano – o maior patrocínio alguma vez registado – e como contrapartida teve como enredo do seu samba “Um griô (homem sábio) conta a História: um olhar sobre a África e o despontar da Guiné Equatorial. Caminhemos sobre a trilha de nossa felicidade”, que no fim procurava traçar paralelismos e revelar os laços históricos e culturais que unem a Guiné Equatorial ao Brasil.
Após ter sido acusado de estar a soldo e de ter vendido os valores basilares da escola e da sociedade brasileira, Farid Abraão, o presidente da instituição defendeu-se em uma entrevista:
– Criámos um enredo para falar de um país africano, um país que até então muita gente não conhecia. A nossa questão aqui é o Carnaval, o regime não nos compete. Cuba era odiada pelo mundo democrático e hoje está a ser abraçada – disse.
As acusações à escola e ao regime autocrático da Guiné Equatorial mantêm-se em aberto na sociedade brasileira, e com o desfile das escolas mais bem classificas as críticas só prometem escalar, juntamente com o ambiente trocista pela escolha do tema e do vencedor da edição deste ano.