Conselho de Segurança da ONU pode concluir amanhã escolha do secretário-geral
Os membros do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) votam nesta quarta-feira (5 de outubro) o nome do futuro secretário-geral. A eleição tem como favorito o português António Guterres.
Depois de cinco sessões em que os votos dos 15 membros eram indiscriminados, os votos dos membros permanentes (China, Rússia, França, Reino Unido e Estados Unidos) vão ser destacados pela primeira vez, ficando visível algum caso de veto.
Há 10 anos, Ban Ki-moon foi escolhido secretário-geral. Nessa data (2 de outubro de 2006), ele recebeu 14 votos “encoraja” e apenas um “sem opinião”, o que precipitou a desistência de todos os outros candidatos no dia seguinte.
Uma semana mais tarde, em 9 de outubro, o Conselho de Segurança aprovou por aclamação a resolução que recomendava o nome do sul-coreano.
No entanto, conforme explicou fonte diplomática à Lusa, o processo tem poucas regras, o que dá muita flexibilidade aos membros do Conselho de Segurança, sobretudo os permanentes, para decidir os próximos passos.
Mesmo que Guterres obtenha o apoio de nove países e nenhum veto dos membros permanentes, os integrantes do conselho podem decidir pela realização de mais votações.
António Guterres venceu as cinco primeiras votações de forma destacada, sendo o único que ultrapassou o mínimo de nove apoios, mas teve sempre entre dois e três votos “desencoraja”.
Se mantiver o mesmo resultado e um dos votos negativos pertencer a um dos cinco permanentes, o seu nome não pode ser sequer recomendado.
A entrada da búlgara Kristalina Georgieva na corrida, na semana passada, também pode provocar mais rodadas de votações, necessárias para deixar claro o posicionamento de todos os países.
Num ano em que a ONU tentou trazer transparência ao processo, realizando audiências públicas, entrevistas e debates com os 12 candidatos iniciais, a entrada tardia da vice-presidente da Comissão Europeia foi recebida com desconfiança por alguns países e entusiasmo por outros.
Por um lado, analistas defendem que alguns países não vão perdoar uma entrada tão tardia e que a Rússia, confrontada com uma candidata apoiada pela Alemanha e que defende as sanções da União Europeia ao seu país, optará pelo voto.
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