Conheça os cinco novos projetos para promover a paz na Guiné-Bissau
A Organização das Nações Unidas (ONU) continua a investir em projetos de apoio à consolidação da Paz na Guiné-Bissau. Se já não é novidade que existe um “escritório” da ONU que se dedica, exclusivamente, a esse objetivo – o Gabinete Integrado das Nações Unidas para a Consolidação da Paz na Guiné-Bissau (UNIOGBIS) -, surgem agora novas implementações que pode, ainda, não conhecer.
Segundo a ONU News, Bissau já recebeu mais de 20 milhões de dólares em investimento desde 2008. Ainda assim, os fundos que, em 2014, foram aprovados para a continuação do apoio ao país lusófono, no valor de 10 milhões de dólares, só agora poderão realmente ser implementados – devido à crise política que se iniciou em 2015. Dois anos depois, em 2017, o UNIOGBIS redefiniu o processo de atuação e, por isso, será agora possível avançar com novos apoios.
Janet Murdock, responsável pela coordenação do Fundo para a Consolidação da Paz, explicou, em entrevista à ONU News, o porquê destes novos investimentos reforçarem as estruturas humanas em Guiné-Bissau. Pode assistir ao vídeo aqui.
Neste testemunho, Janet Murdock refere que o principal foco destes novos projetos é o desenvolvimento de uma rede humana que possa permitir avanços estruturais em Bissau. Por isso, o apoio da ONU tem como principais objetivos a formação de líderes nas comunidades, a viabilização da justiça restaurativa, a garantia da independência dos media e o incentivo à participação da sociedade civil na construção da paz guineense.
Quanto aos projetos propriamente ditos, Murdock afirmou que “cada um deles é diferente” e que são “administrados por diferentes agências”, mas que surgem de parcerias conjuntas entre vários programas já existentes na ONU. O primeiro é o de diálogo nacional, que pretende promover “uma participação mais inclusiva das mulheres e da juventude” nos temas de relevo que são discutidos no país; o segundo desenrola-se no setor de comunicação guineense, para promover a independência económica do mesmo, combater “a instrumentalização a que é sujeito hoje em dia” e formar jovens jornalistas; além destes, há outros dois projetos igualmente direcionados a “jovens e mulheres”, mas que visam, especificamente, a viabilização de uma “liderança jovem rural”, num dos casos, e de uma “liderança política de jovens”, no outro. Neste último, a pauta de atuações passará pela alfabetização das mulheres e da juventude guineense, bem como pela “formação de candidatos” antes das eleições, de maneira a garantir a existência de “alas jovens” dentro dos partidos.
Falta, ainda, referir o quinto projeto, que tem como principal bandeira a “estabilização institucional”, com enfoque no setor da justiça – ou, como lhe chama a coordenadora do Fundo para a Consolidação da Paz, a “justiça restaurativa”. Este investimento não pretende desenvolver a construção de mais prisões ou tribunais, mas, antes, abrir algumas portas na mediação e resolução de incompatibilidades, “de modo a que as pessoas tenham acesso a outras maneiras de resolver os conflitos, que não seja a criminalização de cada caso”, afirmou Janet Murdock.
Quer saber mais sobre o UNIOGBIS?
O desenvolvimento da agricultura familiar de forma sustentável, para garantir o apoio necessário às populações face a crises alimentares, desastres naturais e mudanças climáticas; a redução das desigualdades em zonas urbanas e rurais específicas; o reforço do Estado de Direito, das instituições nacionais e da democracia representativa e a gestão dos recursos naturais e do risco de desastre são apenas alguns dos ingredientes que a Organização das Nações Unidas tem vindo a desenvolver para implementar uma receita de paz, duradoura e estável, na Guiné-Bissau.
Se este artigo lhe suscitou o interesse relativamente ao papel do UNIOGBIS, pode saber mais detalhes a respeito da sua atuação aqui. As áreas de intervenção do sistema operacional da ONU em Bissau, que funcionam através de diferentes programas e colaborações, prendem-se com temas muito abrangentes e que visam, em conjunto, combater grande parte dos problemas que ainda perduram neste país da África lusófona.
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