O terceiro e novo álbum de João Pires, Lisboando, é o “disco do regresso”, depois de Caminhar e Coladera. A vida de João Pires tem sido feita de partidas e de regressos, de uma bagagem musical que foi crescendo e que nos dois primeiros discos se fez dos sons apanhados algures entre o Brasil e Cabo Verde.
Este novo trabalho de João Pires, que recebeu o apoio do Museu do Fado, foi feito de forma íntima e intuitiva, desafiando muitas vezes convenções técnicas em detrimento da necessidade imperiosa de fixar ideias e emoções. Realizado após uma bem sucedida campanha de crowdfunding, Lisboando privilegia as ideias, os sentimentos e as cumplicidades. É por isso mesmo um disco luminoso, honesto e transparente.
– A minha vida tem sido feita de muitos lugares, viagens, culturas diferentes e isso influenciou a minha personalidade e claro a minha música – explica o músico.
Assista ao trailer do novo álbum de João Pires:
Com temas compostos no último ano e meio, João criou um disco onde se ouvem palavras escritas por Ana Sofia Paiva, Aline Frazão, Dino d’Santiago ou Amélia Muge e onde se sente todo o peso de uma vivência singular.
– Parece-me que estou perante um disco sobretudo de música portuguesa, com o meu estilo natural de ter tendência para a melodia, para conjugar linguagens musicais e que a minha viola soe… a tanta coisa: fado, bolero, marcha, flamenco, ritmos brasileiros, funaná, morna, batuku!
Porque, como explica e bem João Pires, não é preciso sair de Lisboa para encontrar sons do Brasil, de Cabo Verde, para ouvir flamenco ou jazz.
– Lisboa também é tudo isso – defende.