Conheça a marca de sapatos feita para quem leva a sustentabilidade ao pé da letra
(Imagem: Divulgação Insecta)
Scarabeus, Cicada, Papilo, Vedalia, Argia, Stellis… Não, esta não é uma aula de biologia, mas de sustentabilidade. Insecta Shoes é o nome da marca brasileira de sapatos veganos que quer revolucionar o caminho de quem tem alguma preocupação com a sustentabilidade do que veste.
Sim, sapatos ve-ga-nos. Para a fabricação dos modelos não é usado nada que tenha origem animal: o solado, por exemplo, é de borracha triturada e reaproveitada, fabricado em apenas um fornecedor no Brasil. A couraça e o contraforte (que estruturam o calcanhar e bico do sapato internamente) também são de material reciclado.
Conversamos com a Laura Madalosso, uma das três sócias da marca, que contou como é o processo de fabricação:
– Acreditamos que tudo pode ser feito numa cadeia que não use mais recursos animais, vamos apostar nisso. Nossa ideia é não explorar animais para produzir itens de fim estético. Nem a cola de sapateiro usamos, que tem na sua composição casco de cavalo. A gente substituiu por cola à base d’água.
Resta ainda saber de que é feito o cabedal (material externo) dos descolados modelos que levam nomes de insetos. Pois saiba que é a partir de roupas garimpadas em brechós. As peças usadas são garimpadas no Brasil e no Canadá (onde uma das sócias vive atualmente), desmanchadas com a ajuda de uma costureira, e vão para o ateliê que confecciona amostras de sapatos para marcas maiores e, para a Insecta, produz os modelos exclusivos.
Quer mais sustentabilidade do que isso?
A marca nasceu em 2014 a partir da colaboração entre um brechó da Babi Mattivy, o Urban Vintagers, e a marca de sapatos da Pamela Magpali, que se chamava Mag-P Shoes. Foram mais ou menos dois meses de gestação da ideia e produção da primeira leva de sapatos. Após o sucesso da colaboração, surgiu a ideia para a Insecta.
– Decidimos evoluir para uma nova marca pois era um conceito bem mais ecológico e inovador. A Pam já trabalhava com excedentes da indústria nos seus calçados, e a Babi tinha a preocupação do pós-consumo com o brechó, nós unimos essas duas experiências e aprimoramos esses conceitos – explica Laura.
Apenas poucos meses após o lançamento no mercado e a criação da loja online, o besouro já fez longos voos, com vendas internacionais e a apresentação da marca no SXSW, evento que é considerado o maior festival de criatividade do mundo:
– Lá tivemos a oportunidade não só de apresentar a marca como expor os produtos, então a interação foi bem completa. Só recebemos feedbacks positivos, felizmente! Acreditamos que a marca tem muito potencial para a exportação, e os EUA representam um ótimo mercado, vemos um grande movimento de conscientização do consumo por lá, muito alinhado com nossos valores.
A moda do vestir sustentável já começa a conquistar os famosos no país: em sua última passagem pela Europa, o rapper Criolo subiu ao palco do Festival Au Fil des Voix, em Paris com um modelo da marca.
Já a chef vegana Bela Gil usou o Instagram para exibir o modelo especial, feito a partir de um uniforme de chef de cozinha estampado com legumes.
Mas o “é fashion ser sustentável” não assusta as criadoras da marca, que pretendem manter a alma dos insetos:
– Sustentabilidade é um dos valores da marca, está na nossa essência e razão de existir. Então não nos impacta como um modismo, nossa alma permanece.
Ficou curioso? Veja como é a produção neste vídeo:
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