Ciência indígena pode ajudar no combate ao mosquito transmissor do vírus zika
Dengue, zika, chikungunya e febre amarela. Essa lista de doenças graves possui o mosquito Aedes Aegypti como vetor em comum. Medindo menos de 1 centímetro, preto com manchas brancas no corpo e pernas, o seu controle é difícil por ser versátil e depositar ovos extremamente resistentes que sobrevivem vários meses antes do contato com a água.
Ao menos, o combate ao inseto adulto pode ser potencializado com o conhecimento indígena. É o que defende o pós-doutor em Astronomia Germano Afonso, que dedica sua vida acadêmica ao estudo de como a Astronomia Indígena contribuiu e é capaz de contribuir com a Ciência Ocidental.
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A aplicação de nebulização espacial, famoso pelo nome popular de fumacê, é utilizada para o combate ao mosquito adulto. Para o pesquisador, essa ação deveria se focar mais na incidência dos insetos conforme a luz. Durante seu trabalho de etnoastronomia, ele percebeu que os indígenas utilizavam a luminosidade da Lua para dimensionar o tipo de comportamento dos animais.
– Os índios sabem há muito tempo que todos os seres vivos, inclusive o mosquito da dengue, ficam mais ativos devido ao brilho da Lua Cheia – detalhou o pesquisador em entrevista à Agência Brasil. Germano defende que, durante essa fase lunar, a aplicação de inseticidas pelo fumacê deve ser realizada em maior quantidade por ser mais efetiva. Da mesma forma, nas outras fases, o ideal seria diminuir a quantidade de inseticida já que os mosquitos estariam em menor número.
Durante suas imersões em comunidades indígenas, Germano percebeu que os indíos evitavam se expor à noite na Lua Cheia, quando ela reflete maior incidência da luz solar, deixando o ambiente mais iluminado. “Afinal, é nesse momento que os animais ficam mais agitados por causa da luz”, afirma.
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