Chico Mendes: a luta de um homem pela floresta Amazônica
3 minFrancisco Alves Mendes Filho, o Chico Mendes, é um dos maiores nomes brasileiros quando o assunto é preservação do meio ambiente, principalmente se o tema é Floresta Amazônica. O sindicalista e grande nome da militância pela proteção das matas e florestas foi assassinado em 1988 a mando de fazendeiros que não gostavam da sua capacidade de organização em defesa da natureza. Hoje, além da sua luta não ter sido esquecida, é um símbolo da batalha pela defesa do verde.
História e Resistência
Chico nasceu em Xapuri, no Acre, norte do Brasil, em dezembro de 1944, onde o seu pai trabalhava na floresta. A realidade do interior do país era ainda mais difícil do que se conhece atualmente, fazendo com que os estudos fossem difíceis e raros. O rapaz sempre trabalhou com o pai a cortar seringueiras (árvores de onde se extrai o látex para fabricação da borracha) e já tinha 16 anos quando foi alfabetizado. Com 31 anos, começou a sua atuação como sindicalista — fundou o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Xapuri.
A realidade da região era composta de expulsões de famílias de suas terras, desmatamento constante para criação de gado e extrema violência no campo. Mas as medidas estimuladas por Chico Mendes — como ativista ambiental que era — iam desde atuação política junto aos poderes locais até mobilização popular, sempre sem violência. Uma das formas mais comuns de resistência era sentarem-se todos — incluindo idosos, mulheres e crianças — em frente a máquinas e tratores, para evitar o desmatamento.
Uma das grandes conquistas de Chico Mendes foi a organização da União dos Povos da Floresta — uma junção entre seringueiros (trabalhadores que cortam seringueiras), indígenas, castanheiros (quem colhe castanhas), pequenos pescadores e populações ribeirinhas que seriam ameaçados pela devastação das florestas. Essa iniciativa de união despertou a ira dos fazendeiros da região que, incomodados com a atuação em prol das florestas, faziam cada vez mais ameaças, mesmo que todas as formas de resistência do militante fossem pacíficas.
O assassinato que não parou a luta
Em 22 de dezembro de 1988, Chico foi assassinado em sua casa por Darrly Alves a mando de seu pai, Darcy Alves. Ambos eram proprietários de terras descontentes com a mobilização de Chico. Após grande repercussão internacional, o assunto se tornou conhecido no Brasil.
Sim, primeiro o assunto tomou proporções no exterior, internacionalizando a luta pela defesa da Amazônia, e só depois foi tratado no país, que até então não abria espaço para as demandas dos defensores do meio ambiente. Os assassinos de Chico Mendes foram condenados a 19 anos de prisão e, finalmente, reservas extrativistas foram estabelecidas no Brasil, protegendo esses trabalhadores. A imagem de Chico Mendes — e seu Memorial — até hoje é internacionalmente reconhecida como um símbolo da defesa da Amazônia.
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