(Imagem: Reprodução Conversas)
No prefácio dos Roteiros IX, a publicação onde o Presidente da República de Portugal reúne as suas principais intervenções ao longo do último ano, Cavaco Silva justificou o não veto à entrada da Guiné Equatorial na Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), aquando da sua décima Cimeira que decorreu em Díli, Timor-Leste, em Julho do ano passado.
Apesar de reconhecer como legítimas algumas das preocupações e reservas que a sociedade civil portuguesa, bem como alguns partidos mais à esquerda, demonstravam relativamente ao regime equato-guineense, o chefe de Estado frisou que Portugal era o único país que se opunha à entrada e que um veto unilateral português poderia levantar reminiscências dos tempos colonialistas, pôr em causa o multilateralismo da comunidade e, em último caso, levar ao fim da mesma.
Outro motivo dado para a decisão, tomada em concertação com o Governo de Passos Coelho, foi a garantia de que a posição de Timor-Leste, enquanto anfitrião da cimeira ficaria salvaguardada, algo essencial para garantir o reforço da sua credibilidade internacional e continuar a alimentar a esperança do único país lusófono do eixo Ásia-Pacífico de fazer parte da ASEAN, a Associação de Nações do Sudeste Asiático.