(Imagem: Reprodução iSerbia)

Eduardo Santarelo é um paulista que, casado há três anos com o companheiro Maurício, criou uma petição online para alterar a definição da palavra casamento no tradicional dicionário Michaelis em português.

Com mais de 3 mil pessoas a apoiar esta alteração no site change.org, o diretor da Editora Melhoramentos, Breno Lerner, atendeu ao pedido e agradeceu ao organizador da petição e a todos os signatários pelo alerta que foi dado num tópico tão importante.

– Solicitamos a nossos dicionaristas uma nova redação do verbete – afirmou o diretor, em entrevista à BBC Brasil.

A alteração no significado da palavra já foi feita na versão digital do dicionário. Para as versões em papel, “conforme sejam feitas as reimpressões e novas edições, o verbete será corrigido”, afirmou Lerner.

A antiga definição para a palavra casamento era de “união legítima entre homem e mulher” e “união legal entre homem e mulher, para constituir família”.

A nova definição não faz referência ao género do casal, definindo assim casamento como “1. Ato solene de união entre duas pessoas; casório, matrimônio. 2 Cerimônia que celebra vínculo conjugal; matrimônio. 3 União de um casal, legitimada pela autoridade eclesiástica e/ou civil; matrimônio” informa o Michaelis.

No texto da petição, Eduardo afirma que ficou “muito chocado ao constatar que o dicionário Michaelis ainda define a palavra ‘casamento’ como a ‘união legítima de homem e mulher’ “, explicando que pediu ao dicionário que compreenda o momento histórico, mudando a definição em respeito aos casais homoafetivos do país.

Outros dicionários populares no Brasil já têm uma definição do sentido da palavra como união entre pessoas não referindo o género, como por exemplo, o Aurélio, que define casamento como o “contrato de união ou vínculo entre duas pessoas que institui deveres conjugais”. Já o Houaiss apresenta o casamento como o “ato ou efeito de casar(-se)”.