Campanha contra o racismo virtual estampa ofensas próximo da casa dos agressores
A campanha “Racismo virtual, as consequências são reais” resolveu estampar nas ruas as agressões racistas sofridas em redes sociais como o Facebook.
Painéis com as agressões verbais foram espalhados por cidades brasileiras na proximidade do local onde as mensagens foram publicadas. As consequências reais nas vítimas do racismo cometido na internet são facilmente observáveis. Por isso, uma das metas da campanha é alcançar os algozes.
Aplicativo vai monitorar mensagens de ódio e racismo nas redes sociais
– As consequências são reais. As delegacias de crimes virtuais dizem que não é difícil localizar uma pessoa que posta, que curte e compartilha também este tipo de publicação. Não é à toa que os outdoors vão para o local onde essa pessoas vivem. A identidade desta pessoa está preservada porque a gente não quer atacar essa pessoa, a gente quer alertá-la – explicou Jurema Werneck, em entrevista à Rede TVT.
A ação, criada pela ONG Criola, tem como objetivos colocar à vista as agressões publicadas nas redes sociais e estimular as vítimas a oficializarem denúncias contra esse tipo de mensagens.
Em 2014, 86 mil casos de ódio contra negros e outras etnias foram relatados no Brasil.
“Será que um comentário infeliz na internet pode gerar efeitos reais numa sociedade cada vez mais conectada? Para responder a essa questão e participar da mobilização em resposta ao caso de racismo nas redes sociais contra Maria Júlia Coutinho, a Maju, criamos, em parceira com empresas de mobiliário urbano, outdoors e busdoors com mensagens reais publicadas no Facebook contra a jornalista. Para dar mais impacto a ação, utilizamos a ferramenta GeoTag, que localiza os comentários e mostram os locais onde eles foram feitos, para exibir os painéis próximos as residências dos autores das declarações, nas cidades de Americana, Guarulhos e Feira de Santana. Com a mensagem “Racismo virtual. As consequências são reais.”, a ação tem o objetivo de mostrar que a web não é um território livre para a exposição de mensagens de ódio, racismo e preconceito e que cada vez mais essas atitudes vão gerar consequências para seus autores, seja por meio da legislação ou da exposição do comentário para o julgamento de todos”, explica o portal da ONG.
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