(Imagem: Reprodução Wikimedia)
O crescimento da geração de energia elétrica a partir de células fotovoltaicas é uma tendência que veio para ficar em todo o mundo. O ritmo da expansão entretanto difere enormemente nos diferentes países e regiões do globo em função de fatores como acesso a combustível fóssil barato, legislação, cultura da população, condições climáticas e muitos outros.
O Brasil nesse contexto exerce uma função de grande importância estratégica, não apenas por ser detentor de uma população relevante de mais de 200 milhões de pessoas mas sobretudo por ser um dos três países com maior potencial mundial na geração de energia elétrica de origem solar.
Uma das principais barreiras no aumento da participação desse tipo de energia na matriz energética brasileira e dos países em desenvolvimento em geral é sem dúvida o custo de implantação. O ganho de escala e a descoberta de métodos alternativos na construção dos módulos fotovoltaicos entretanto tem sido protagonistas na mudança dessa realidade.
Um excelente exemplo desse novo contexto é uma tecnologia desenvolvida em solo nacional por pesquisadores da PUC do Rio Grande do Sul.
De acordo com informações divulgadas em artigo da Revista Galileu, mesmo sendo mais eficientes que a média mundial, a custos menores, as novas placas de captação de energia solar ainda não conseguiram ganhar escala no mercado brasileiro.
– Usamos a mesma matéria-prima do exterior com uma receita brasileira de forma mais econômica – declarou Adriano Moehlecke, um dos responsáveis pela pesquisa, em entrevista à publicação.
Moehlecke afirma que foram feitas estimativas mostrando redução de gastos na fabricação em comparação com os padrões internacionais, mas que ainda não pode divulgar esses números. Sobre a eficiência, a célula nacional converte 15,4% da energia solar em elétrica. Pode parecer pouco, mas a média mundial é de 14%. As melhores placas solares comercializadas do mundo convertem cerca de 16%.
Atualmente, a tentativa de produzir de forma viável as placas fotovoltaicas é feita em uma mini fábrica dentro da universidade. A ideia dos pesquisadores, que trabalham há 10 anos no projeto, é desenvolver um meio de gerar este tipo de energia e comercializá-lo no país, com materiais encontrados no mercado nacional.
O setor tem acumulado crescimento: a indústria de módulos fotovoltaicos cresce a uma “média de 80 % ao ano no mundo”, disse Moehlecke. Foram produzidos 7.900 megawatts entre 2007 e 2008. A energia gerada é equivalente a metade da geração da Usina Hidrelétrica de Itaipu.
– A cada dois anos, saem das fábricas, uma Itaipu solar, mas o Brasil está fora de tudo isso, as aplicações são muito tímidas ainda, a maioria em sistemas isolados da rede elétrica – , diz.
Moehlecke estuda a produção de energia solar desde 1997 em parceria com a pesquisadora Izete Zanesco. O trabalho foi iniciado na Universidade Federal do Rio Grande do Sul e ganhou notoriedade em 2002 quando os pesquisadores venceram o Prêmio Jovem Cientista.
Eles já receberam cerca de R$ 6 milhões em investimento do Governo Federal, Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), Petrobrás, Eletrosul e Companhia Nacional de Energia Elétrica (CNEE). Isso tudo, no entanto, ainda é insuficiente para que essas placas sejam produzidas em grande escala. Foram entregues 200 unidades aos patrocinadores do projeto, Petrobrás, Eletrosul e outras empresas. Os módulos serão instalados e testados em março.
Leia aqui a matéria completa da Galileu.