Segundo as Estatísticas Mundiais de Saúde 2016, da Organização Mundial de Saúde (OMS), Cabo Verde merece destaque em relação aos restantes países lusófonos em África no que diz respeito à expectativa de vida, chegando a 73,3 anos, superando a média mundial, que é de 71,4 anos.
Dentre os países africanos de língua portuguesa, Cabo Verde lidera a esperança de vida, seguido de São Tomé e Príncipe (67,5), Guiné-Bissau (58,9), Guiné Equatorial (58,2) e Moçambique (57,7). Ao fim da lista, com mais de 20 anos a menos na expectativa média de vida, surge Angola (52,4). É também a terceira maior esperança de vida entre os países lusófonos, a seguir a Portugal (81,1 anos) e Brasil (75 anos).
Mas este não é o único destaque do país. Segundo a OMS, Cabo Verde tem o menor número de mortes relacionadas com a gravidez e o parto em todo o continente africano. De acordo com o relatório de 2016 que compila as estatísticas de saúde de 194 países, Cabo Verde tem a menor mortalidade materna entre os 47 países africanos avaliados, tendo registrado, em 2015, 42 mortes por 100 mil nascimentos (53 mortes em 2013).
Cabo Verde é neste indicador o segundo melhor país lusófono, a seguir a Portugal (10 mortes/100 mil). A média global de mortes por complicações ligadas à gravidez ou ao parto é de 216 por 100 mil nascimentos, o que se traduz em 830 mortes diárias de mulheres devido a estas causas, dois terços das quais ocorrem em África.
O relatório revela ainda que em Cabo Verde 92% dos partos são realizados por pessoal médico ou por parteiras, muito acima da média global, que ronda os 73%, e quase duas vezes a média do continente africano, que é 54%.
Também os números relativos à mortalidade neonatal e infantil (0-5 anos), segundo a OMS, tiveram uma grande melhoria no contexto africano.
As Estatísticas Mundiais de Saúde
A esperança média de vida aumentou cinco anos entre 2000 e 2015, o crescimento mais rápido desde os anos 1960, mas o mundo ainda se depara com enormes desigualdades, segundo conclui o estudo da a Organização Mundial da Saúde.
A edição deste ano das Estatísticas Mundiais de Saúde, publicadas anualmente desde 2005, conclui que a esperança média de vida de uma criança nascida em 2015 era de 71,4 anos (73,8 para as mulheres e 69,1 para os homens), mais cinco anos do que em 2000.
No entanto, as perspetivas dependem do local onde essa criança nasceu: Se for uma menina e tiver nascido no Japão, pode esperar viver até aos 86,8 anos (a mais alta esperança média de vida), mas se for um rapaz na Serra Leoa o mais provável é viver apenas 49,3 anos (a mais baixa).
O aumento deve-se sobretudo ao continente africano, onde as melhorias na sobrevivência infantil, os progressos no controlo da malária e o aumento do acesso aos antirretrovirais permitiram esticar a esperança média de vida em 9,4 anos.
Em geral, a esperança de vida saudável é em média 11,7% mais curta do que a esperança média de vida, mas a diferença entre países varia entre 9,3% e 14,7%.
O relatório deste ano foca-se também nas metas para a saúde definidos nos “Objetivos de Desenvolvimento Sustentável” adotados em 2015 pela Assembleia Mundial de Saúde, apontando falhas importantes nos indicadores, que terão de ser preenchidas para se conseguir avaliar o progresso alcançado.