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Brasil inova com App que identifica marcas de moda com trabalho escravo

Leya

 

Onde você compra as suas roupas? Você sabe onde elas são produzidas, e quem de facto as costura?

Não é de hoje que tomamos conhecimento das incontáveis histórias de abusos em métodos trabalhistas no setor textil (e não só). Jornadas de trabalho abusivas, metas de produção inalcansáveis, normas e exigências dignas de sistemas escravagistas, etc. Para não citar o uso de trabalho infantil, e remunerações pouco dignificantes.

 

No Brasil, após numerosos escândalos nessa matéria, a ONG brasileira Repórter Brasil lançou em 2013 a App “Moda Livre“. A proposta era acompanhar de forma contínua grandes marca de moda, de forma a separar as que controlam a sua cadeia produtiva garantindo relações justas de trabalho, das marcas que possuem relações abusivas e muitas vezes com trabalho escravo. Agora a App acaba de ganhar uma atualização e agora abrange um número consideravalmente maior de marcas.

 

A ONG convidou todas as companhias a responder a um questionário-padrão que avalia quatro indicadores:

 

1. Políticas: compromissos assumidos pelas empresas para combater o trabalho escravo em sua cadeia de fornecimento.

 

2. Monitoramento: medidas adotadas pelas empresas para fiscalizar seus fornecedores de roupa.

 

3. Transparência: ações tomadas pelas empresas para comunicar a seus clientes o que vêm fazendo para monitorar fornecedores e combater o trabalho escravo.

 

4. Histórico: resumo do envolvimento das empresas em casos de trabalho escravo, segundo o governo.

 

Segundo a própria ONG as respostas geram uma pontuação e, com base nela, as empresas são classificadas em três categorias de cores: verde, amarelo e vermelho. Aquelas que não responderam ao questionário, apesar dos insistentes convites, foram automaticamente incluídas na categoria vermelha.

 

O aplicativo não recomenda que o consumidor compre ou deixe de comprar roupas de determinada marca. Apenas fornece informações para que faça a escolha de forma consciente.

 

O App está disponível na loja da Apple e no Google Play e roda nos sistemas operacionais iOs 5+ e Android 4+. Pode ser encontrado com os termos de busca “moda livre” e “moda livre repórter brasil” ou através dos links na Apple Store e no Google Play.

 

Será que essas condições de trabalho exploratórias só acontecem no Brasil? E se essa App pudesse também abranger pelo menos os demais países da lusofonia?