A Alemanha atropelou as seleções da lusofonia neste Mundial. Numa das partidas mais trágicas da história do futebol brasileiro, a Alemanha deu fim ao sonho dos brasileiros de verem a sua Seleção conquistar o hexa em casa.
O Brasil iniciou o jogo no Mineirão tentando imprimir um ritmo acelerado, como havia feito contra a Colômbia, com sucesso. A Alemanha não se deixou levar pela correria. E, depois de abrir o placar num lance de bola parada, teve um aproveitamento ofensivo avassalador para construir uma das maiores vitórias de sua história – 7 a 1 – e se garantir na final da Copa do Mundo da FIFA 2014.
Foi um rendimento impressionante, a ponto de deixar não só a Seleção anfitriã e o técnico Luiz Felipe Scolari atônitos, mas, sim, a imensa maioria dos 58.141 torcedores presentes no Mineirão. Em menos de 30 minutos, os vice-campeões europeus já tinham marcado cinco gols. Para efeito de comparação: em suas primeiras cinco partidas, o time havia feito dez.
“Derrota é sempre derrota, mas desta forma ela dói mais”, contou David Luiz, os olhos constantemente marejados, à FIFA. Ele não se referia tanto ao placar quanto à maneira como foi construído, prolongando um tristeza que era quase tortura. “É muito duro o fato de tudo ter acontecido em seis minutos e de, depois, termos que conseguir lutar até o fim, sabendo que era quase impossível. Eu pensava: se isto aqui é um sonho, eu quero que ele acabe agora.”
A última vez que uma seleção havia anotado cinco gols em um primeiro tempo de jogo de mata-mata dos Mundiais foi em 1954, com a Áustria castigando a defesa da Suíça. Já os reveses mais duros que um anfitrião havia sofrido foram: Suécia 2 x 5 Brasil em 1958 e México 1 x 4 Itália em 1970. Essa também foi a maior derrota que a Seleção já sofreu, depois de um 6 a 0 diante do Uruguai em 1920. A equipe não perdia como mandante desde 2002, em amistoso contra o Paraguai.
Em termos de goleadas nas semifinais, nunca houve um placar tão elástico assim. Em 1954, a própria Alemanha chegou a derrotar a Áustria por 6 a 1– igualando, desta forma, dois s resultados de 1930 (Argentina 6 x 1 Estados Unidos e Uruguai 6 x 1 Iugoslávia). Os números saltam ainda mais aos olhos quando se nota o peso das camisas em campo nesta terça em Belo Horizonte, com oito títulos somados.
Quem ainda pôde comemorar por outro motivo especial foi o veterano centroavante Miroslav Klose, que anotou seu 16º gol na história das Copas do Mundo, se isolando como o maior artilheiro do torneio. Deixou Ronaldo, o Fenômeno, para trás. Já o meia-atacante Thomas Mueller vai construindo o seu próprio recorde, com dez gols em 12 jogos pelo torneio.