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Brasil, Angola e Portugal em ascensão num rap dedicado à lusofonia

MVBill, Kmila CDD e NGA são 3 artistas conectados pela lusofonia que se juntam em “Um só coração”, o mais recente single de um dos melhores produtores brasileiros, Dj Caique. A mistura de um famoso duo do rap brasileiro (os irmãos MVBill e Kmila CDD) que se tornou um símbolo de resistência na favela e de um dos integrantes do grupo Força Suprema, de origem angolana e portuguesa, surge no âmbito do projecto “Coligações Expressivas”, uma iniciativa do DJ que junta várias gerações do rap oriundo de vários cantos do mundo.

 

 

Conectando ainda mais a lusofonia, MVBill, Kmila CDD e NGA juntam povos e continentes num som que toca questões peculiares do passado comum, numa narrativa que mostra laços históricos comuns.

 

“Um só coração” relembra a senzala, as guerras, a discriminação racial, a escravidão e os problemas sociais um pouco mais actuais, numa “linguagem de rua” interventiva e revoltada, como mandam os cânones deste estilo: o hip-hop. Emotiva e expressiva, Kmila CDD, a primeira na música, reivindica a sua origem africana, num esquema rimático expressivo e espaçoso, que denúncia um pouco do trabalho que se pode esperar para o seu álbum a caminho.

 

O rapper e activista brasileiro MVBill vai mais além repisando a força da rede lusófona que se faz cada vez mais presente. Exalta a negritude e chega a referenciar uma das maiores lendas africanas, Nelson Mandela. De África, apesar de residir em Portugal, NGA “dança” com palavras entre o semba e o samba, lembrando que a lusofonia é “mais forte” unida.

 

Deixando de lado todas as barreiras geográficas que separam estes rappers, nota-se aqui um “movimento”, que mostra que por detrás da mesma língua há uma conexão entre estes povos falantes de língua portuguesa: marcas de um passado, ora triste, ora alegre, que prevalece na memória e na história. Para aproximar ainda mais a lusofonia, aqui fica a sugestão da mesma língua: “Um Só Coração”.