O fortalecimento do mercado de capitais e o aumento da capitalização bolsista são apontados como os principais desafios da Bolsa de Valores de Moçambique (BVM), um “esquecido” barómetro da economia moçambicana que resiste às provações de um período económico conturbado.
Com apenas cinco empresas cotadas e com um capital bolsista de 61, 8 mil milhões de meticais (785 milhões de euros), a BVM luta para posicionar-se como uma alternativa no âmbito da capitalização das empresas, numa altura em que a economia atravessa um mau momento.
O tecido empresarial frágil e o desconhecimento da importância da poupança num sistema capitalista assumem-se, neste momento, como os principais inimigos da BVM, que, como boa parte das instituições económicas do mercado moçambicano, ressente-se da falta de mão-de- obra capacitada.
Para mudar este cenário, a BVM quer aprender com os bons amigos da lusofonia e o Brasil, com uma experiência de mais de um século na área, é o primeiro parceiro. Falando recentemente durante uma visita do embaixador brasileiro às instalações da BVM em Maputo, Rodrigo Soares, o presidente do conselho de administração da BVM, Salim Valá, disse que há contactos entre a instituição que dirige e as bolsas de valor de São Paulo e Pernambuco.
Na cooperação que se ambiciona, a capacitação poderá merecer maior atenção, num processo que será extensivo a todos os intervenientes do mercado capital moçambicano, com destaque para profissionais do Banco de Moçambique e do Ministério da Economia e Finanças.
Além da formação, a cooperação com o Brasil deverá garantir a transmissão de conhecimento em matérias ligadas às boas práticas cooperativas e à legislação, como forma de dar mais robustez ao mercado moçambicano.
Criada em 1998, a BVM definiu como principais objectivos a diversificação das fontes de financiamento da economia, a promoção e captação de poupança e o direcionamento destas poupanças a investimentos produtivos.