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Batekoo: tudo o que precisa saber sobre este movimento

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O movimento Batekoo é um manifesto cultural, afrofuturista e LGBTQ+, embalado pelos ritmos africanos e brasileiros — Imagem: Reprodução Batekoo (facebook)

Mais do que uma festa, o movimento Batekoo, criado em 2014, pretende celebrar a pluralidade cultural. Teve como incubadora a cidade de Salvador, localizada na Bahia (Brasil), mas expandiu-se rapidamente até às metrópoles de São Paulo e do Rio de Janeiro.

 

Criada por Maurício Sacramento e Wesley Miranda, ambos produtores e dj’s, a Batekoo é responsável por arrastar centenas de pessoas para as pistas de dança, espalhadas pelo território brasileiro, celebrando os movimentos afrofuturistas e a comunidade LGBTQ+. Tudo começou com uma pequena festa de despedida de um dos artistas supracitados (Wesley Miranda) — que se ia mudar para a cidade de São Paulo — e, até aos dias de hoje, este evento mantém-se no pódio do sucesso.

 

Movimento que se expressa através da dança, da música, do corpo, da pele preta, do suor, da liberdade corporal e sexual, da cultura negra, periférica e urbana, do empoderamento coletivo e representatividade preta, dentro de qualquer espaço.
— Batekoo (descrição geral do facebook oficial do evento)

 

A Batekoo pode ser encarada como uma festa-manifesto que promove o empoderamento de minorias sociais. Esta abre espaço para a estimulação da pluralidade de estados de espírito (e de corpo), com especial enfoque nas comunidades LGBTQ+, negra e feminina. Através das batidas africanas, influenciadas pelos ritmos do hip-hop, trap, twerk, kuduro, R&B e do funkfesteja-se a cultura e a representação da diversidade social.

 

A onda de popularidade da Batekoo é tão grande que até já integrou a série Inspire the Night”, produzida e divulgada pela Red Bull TV. Esta, além de retratar o ambiente festivo, percorre algumas das “nuances” do movimento afrofuturista e a afirmação da comunidade LGBTQ+, no Brasil.

 

Graças à fama crescente, as festas Batekoo vão sendo planeadas, mensalmente, pelos seus promotores, em cidades diferentes. Adrielle Coutinho é a responsável pela realização das edições em Salvador. Já Wesley Miranda, Maurício Sacramento, Artur Santoro e Monique Evelle abraçam a tarefa de difundir o evento em São Paulo — cidade onde se encontra a direção da Batekoo. No Rio de Janeiro, cabe a Rachel Xexéu assumir a pasta de divulgação. Por último, a Milena Cinismo e a Uana Mahin são as responsáveis pela promoção na cidade de Recife.

 

Independentemente do local que lhe dá palco, este fenómeno cultural persegue o mesmo objetivo: criar um espaço de entretenimento, que acolhe pessoas distintas, onde a multiplicidade da existência é celebrada e nunca discriminada.

 

Ao longo do tempo, o movimento Batekoo tem ajudado a revigorar a autoestima das minorias sociais e periféricas. Estas sentem que o evento lhes confere a possibilidade de celebrarem a cultura, sem receios ou contenções, desconstruindo paulatinamente preconceitos e estereótipos. Aqui, não existe espaço para comentários racistas, xenófobos ou depreciativos. Ninguém é julgado pela raça, cor, orientação sexual ou religião. Em vez disso, espalham-se energias vibrantes, demarcadas pelos passos de dança ousados e libertadores.

 

Para o futuro, além de mais edições do evento, planeia-se a criação de um festival, realizado na capital baiana. O requisito, independentemente da dimensão do movimento Batekoo, manter-se-á o mesmo: representar, sem contenções, a cultura afrodescendente.

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