A Batekoo pode ser encarada como uma festa-manifesto que promove o empoderamento de minorias sociais. Esta abre espaço para a estimulação da pluralidade de estados de espírito (e de corpo), com especial enfoque nas comunidades LGBTQ+, negra e feminina. Através das batidas africanas, influenciadas pelos ritmos do hip-hop, trap, twerk, kuduro, R&B e do funk, festeja-se a cultura e a representação da diversidade social.
A onda de popularidade da Batekoo é tão grande que até já integrou a série “Inspire the Night”, produzida e divulgada pela Red Bull TV. Esta, além de retratar o ambiente festivo, percorre algumas das “nuances” do movimento afrofuturista e a afirmação da comunidade LGBTQ+, no Brasil.
Graças à fama crescente, as festas Batekoo vão sendo planeadas, mensalmente, pelos seus promotores, em cidades diferentes. Adrielle Coutinho é a responsável pela realização das edições em Salvador. Já Wesley Miranda, Maurício Sacramento, Artur Santoro e Monique Evelle abraçam a tarefa de difundir o evento em São Paulo — cidade onde se encontra a direção da Batekoo. No Rio de Janeiro, cabe a Rachel Xexéu assumir a pasta de divulgação. Por último, a Milena Cinismo e a Uana Mahin são as responsáveis pela promoção na cidade de Recife.
Independentemente do local que lhe dá palco, este fenómeno cultural persegue o mesmo objetivo: criar um espaço de entretenimento, que acolhe pessoas distintas, onde a multiplicidade da existência é celebrada e nunca discriminada.
Ao longo do tempo, o movimento Batekoo tem ajudado a revigorar a autoestima das minorias sociais e periféricas. Estas sentem que o evento lhes confere a possibilidade de celebrarem a cultura, sem receios ou contenções, desconstruindo paulatinamente preconceitos e estereótipos. Aqui, não existe espaço para comentários racistas, xenófobos ou depreciativos. Ninguém é julgado pela raça, cor, orientação sexual ou religião. Em vez disso, espalham-se energias vibrantes, demarcadas pelos passos de dança ousados e libertadores.
Para o futuro, além de mais edições do evento, planeia-se a criação de um festival, realizado na capital baiana. O requisito, independentemente da dimensão do movimento Batekoo, manter-se-á o mesmo: representar, sem contenções, a cultura afrodescendente.