Facto: a majestosa árvore que pode observar na imagem deste artigo chama-se baobá e, a um ritmo cada vez mais acelerado, os seus “exemplares” estão a desaparecer – não só do continente africano, de onde são naturais, como também de outros locais para onde as suas sementes foram transportadas. A principal causa apontada como responsável por esta potencial extinção é o flagelo das alterações climáticas, provocadas pelo aquecimento global.
Segundo o estudo divulgado pela Nature Plants, intitulado “O desaparecimento dos maiores e mais antigos baobás africanos” (em tradução livre), nove dos 13 mais antigos baobás morreram, parcial ou totalmente, tal como cinco dos seis maiores, nos últimos 12 anos. O mais chocante de tudo é que estas árvores possuem uma estimativa de vida de três mil anos e, nos casos mais recentes, aquelas que a morte tem abatido encontram-se entre os 1.100 e os 2.400 anos.
Pese embora o nosso desejo de que haja, ainda, muito tempo pela frente na vida desta espécie, até para que possamos continuar a observar a sua beleza rara no meio natural, o facto é que isso não é, de todo, garantido. Por isso, sem mais demoras, fique a conhecer algumas das curiosidades mais incríveis acerca destas árvores tão peculiares e saiba onde pode (ainda) avistar baobás.
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Curiosidades
- Estas árvores podem viver até seis mil anos;
- O seu tronco pode chegar até aos 11 metros de diâmetro e aos 30 metros de altura;
- Adansonia Digitata é o seu nome científico;
- Os frutos dos baobás servem de alimento para as comunidades africanas, tanto humana quanto animal;
- Além de consumidas, as folhas desta espécie podem servir, também, como medicamento;
- É a maior e mais antiga árvore de fruto do planeta, segundo o estudo supracitado;
- De outubro a dezembro, as suas flores são polinizadas por morcegos;
- São naturais das savana africanas, mas também foram introduzidos noutros ambientes tropicais, como o Brasil;
- Consegue armazenar 120 mil litros de água;
- Os baobás são tidos como árvores sagradas, símbolos de fertilidade, mas também como símbolo de resistência dos escravos;
- Embora esteja a desaparecer de forma quase inexplicável, o baobá tem uma natureza extremamente resistente – as feridas ou o fogo nos seus troncos não são suficientes para que morra;
- É tida, jocosamente, como a árvore que foi plantada de cabeça para baixo, uma vez que, se olharmos bem para ela – e, depois de pensarmos nisto, olharemos sempre para ela com esta “brincadeira” em mente – parece que tem as raízes no seu topo;
- Também é usada para fins domésticos ou comerciais, como o fabrico de cordas, artesanato e roupa;
- Foi a árvore de “O Principezinho”, recorda-se? Acredita-se que o francês Antoine de Saint-Exupéry, escritor da obra, viu o magnífico baobá da Praça da República de Recife (Brasil) e, assim, decidiu “apropriar-se” da espécie na sua história. O mais caricato é que o pequeno príncipe temia os baobás, porque o seu rápido crescimento ameaçava destruir o asteróide onde habitava; na realidade, os baobás crescem muito lentamente e esse é o fator mais determinante para a sua longevidade.
Onde posso ver um baobá ao vivo?
Brasil
Não crescem no Brasil, mas foram levadas para lá algures durante a história do tempo. Hoje em dia, podem ser vistas em diversos locais, como Mato Grosso, Recife, Pernambuco, Góias, Alagoas, Ceará e no Rio de Janeiro.
Índia
Podem não ser tão abundantes como em África, mas há baobás incríveis na Índia. Poderá encontrá-los em Savanur, nas ruínas de Mandu (no Estado de Mandhya Pradesh) e no Estado de Gujarate.
Austrália
Não se sabe bem como é que esta espécie chegou ao país australiano, mas a verdade é que lá podem ser vistos baobás, mais especificamente na região de Kimberley.
Namíbia
Os desertos setentrionais da Namíbia são os sítios mais famosos do país para avistar baobás. Existe até um exemplar gigantesco, conhecido como Árvore 1063, que foi declarado monumento nacional em 1951.
Madagáscar
O grande lar destas árvores é Madagáscar. Aí crescem seis das noves espécies existentes de baobás. Existem em todo o país, mas concentram-se principalmente no quilómetro 16 da estrada que vai de Morondava a Belo-sur-Tsiribihina (chamam-lhe a avenida dos baobás, que pode ver na imagem principal deste artigo).
África do Sul
O melhor local para conhecer os baobás sul-africanos é a Reserva Natural Musina, que é conhecida por ter a maior concentração da espécie.
Tanzânia
O Parque Nacional de Tarangire, no norte da Tanzânia, e o Parque Nacional de Ruaha, no sul, são os locais onde existe a maior concentração de baobás no país.
Botswana
Nos arredores da localidade de Gweta, bem como na estrada de Nata até Kasane e no corredor rodoviário Trans-Kalahari poderá encontrar inúmeros e magníficos baobás.