No Brasil, no decorrer do ano passado, foram registados 445 homicídios LGBTQIs. A cada 19 horas, um homem homossexual, uma mulher lésbica, um bissexual, um transexual, um queer ou uma pessoa intersexo morre, em solo brasileiro, segundo o levantamento estatístico realizado pelo Grupo Gay da Bahia (GGB). Graças a este número, o Brasil ocupa o primeiro lugar, no ranking mundial, do país que mais vítimas da homofobia ceifa.
Também em 2017, a ILGA Portugal – associação que apoia a comunidade gay, bissexual, transexual e intersexo portuguesa -, recebeu 188 denúncias de violência.
No continente africano, a homossexualidade continua a ser punida em quase todos os países, existindo uma percentagem mínima de organizações que se dedicam a apoiar os direitos da comunidade LGBTQI.
Segundo os dados mais recentes divulgados pela Organização das Nações Unidas (ONU), ainda existem leis que punem as relações homossexuais e as expressões de género em, pelo menos, 72 países. Apenas um terço das nações mundiais contam com a devida legislação que se dedica a proteger vítimas da discriminação, devido à sua orientação sexual.
Até 1990, a ONU classificava a homossexualidade como uma doença.
Face a estes números, surgiu a necessidade de se criar um símbolo que representasse a (interminável) luta que a comunidade LGBTQI tem travado, ao longo do tempo, para alcançar a igualdade social. Essa tarefa ficou a cargo da agência Rethink Canada que concebeu o “Escudo do Orgulho” (The Pride Shield). Este ícone é constituído por 193 bandeiras, representando cada país membro da ONU. As cores são as mesmas da emblemática bandeira pride. A grande característica de diferenciação deste escudo é o facto de ser “à prova de balas”, pretendendo simbolizar o poder que as ações coletivas têm no combate à violência homofóbica e transfóbica. “Um poderoso símbolo que tenciona relembrar o mundo que todos os países juntos podem parar a violência”, é o lema erguido.
Para divulgar o propósito da sua criação, a Rethink divulgou um vídeo, no qual são relatados vários ataques contra a comunidade LGBTQI (veja em baixo). Para o futuro, fica a promessa de levar o “Escudo do Orgulho” para diversos espaços públicos, com o intuito de propiciar o debate sobre a importância da criação de ações que garantam a segurança das pessoas que ainda correm o risco de serem discriminadas, agredidas, insultadas e mortas devido à sua sexualidade. É caso para se escrever: a luta deve (e vai) continuar.