O jornalista e ativista angolano Rafael Marques recebeu hoje o Prêmio Allard para a Integridade Internacional, instituído em 2013 pela Universidade canadense de British Columbia (UBC) e considerado como uma das maiores distinções mundiais para o reconhecimento dos esforços no combate à corrupção e na defesa dos direitos humanos.
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O prêmio, de 100 mil dólares canadenses, foi partilhado com o activista queniano John Githongo. Segundo a agência Lusa, em seu discurso na cerimônia da atribuição do prêmio, Rafael Marques denunciou a existência de presos políticos e abusos aos direitos humanos para alertar para a existência de uma situação totalitária em Angola.
– Tem ganhado força em Angola uma nova forma de fascismo, concebida com o propósito específico de prolongar os já 36 anos do Presidente José Eduardo dos Santos no poder e os 40 anos de governação do seu MPLA – disse Rafael Marques, referindo-se concretamente ao caso de Marcos Mavungo, preso em março, em Cabinda, e condenado por um “pseudo-tribunal” a seis anos de prisão, pelo crime de rebelião.
O ativista declarou ainda que em Angola as pessoas são frequentemente levadas a “abdicar da sua autoestima e do seu sentido de cidadania” em troca de militância partidária ou do silêncio para a obtenção de “certos privilégios” ou como uma forma de “mitigar” o receio de perseguição política e social e de exclusão económica.
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