Um relatório de agências das Nações Unidas destaca que a África Subsaariana tem os níveis mais baixos de acesso à internet no mundo. A região tem menos de 2% da sua população com acesso à rede, destaca uma reportagem da Rádio ONU.
O relatório Estado da Banda Larga foi lançado na última semana, em Genebra. A pesquisa indica que Timor-Leste tem somente 1,1% da sua população com o acesso à internet.
Entre os países lusófonos, Portugal lidera o ranking com 64,4% dos habitantes com acesso à rede, ocupando o lugar 58 do ranking global. O Brasil tem 57,6% da sua população conectada e ocupa a posição 68 da lista. Cabo Verde tem 40,3% da sua população conectada e está no 102º posto.
São Tomé e Príncipe tem 24,4% da população com acesso à rede. Em Angola 24,3% da população podem navegar, Moçambique tem 5,9% e Guiné-Bissau 3,3%.
O documento foi preparado pela União Internacional das Telecomunicações, UIT, e a Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura, Unesco.
Sinais preocupantes
A coordenadora da Comissão da Banda Larga para o Desenvolvimento Digital na UIT disse haver sinais preocupantes apesar dos avanços. O relatório revela que 57% das pessoas do mundo continuam desconectados e não são capazes de aproveitar os benefícios económicos e sociais que a internet pode oferecer. O número equivale a 4 mil milhões de pessoas.
Phillippa Biggs declarou que apesar dos progressos para melhorar o acesso às tecnologias de comunicação e informação e à internet há sinais de preocupação. Metade da população mundial não está desconectada e a taxa de expansão da internet começa a desacelerar.
Banda larga móvel
A pesquisa destaca que em cada 100 pessoas, o Brasil tem 78,1% com acesso à banda larga móvel. A seguir está Cabo Verde com 51,3% e Portugal com 45,3%. Angola tem 16,4% das pessoas com o tipo de conexão, São Tomé e Príncipe 9,8%, Moçambique 3% e Guiné-Bissau zero pontos percentuais.
De acordo com o estudo, a internet de banda larga está a ser capaz de alcançar os que mais poderiam se beneficiar.
Saturação
Em relação às residências com internet nos países em desenvolvimento, o Brasil tem vantagem entre os lusófonos com 48%, ocupando a posição 32. Segue-se Cabo Verde com 24,8%, Angola com 8,6%, Moçambique com 6,2% e Guiné-Bissau com 1,9%. Neste parâmetro, o estudo não apresenta dados de São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.
O acesso à rede quase atingiu a saturação nas nações ricas do mundo mas o avanço não é suficientemente rápido para beneficiar os milhares de milhões de pessoas que vivem no mundo em desenvolvimento.