Tudo deu-se na madrugada do dia 26 de Abril, no Destacamento Militar de Monte Tchota em Rui Vaz, em Cabo Verde, onde se encontra o principal centro de comunicações do país, quando 11 pessoas (oito soldados e três civis) foram mortos. No dia seguinte ao sucedido foi encontrada uma viatura alugada na zona da Cidadela, abandonada, com chave na ignição e uma arma militar num dos bancos.
Foram ainda encontradas oito armas AKM e apreendidas munições dentro de uma viatura alugada, na mesma região, supostamente roubadas no Destacamento Militar de Monte Tchota. O suspeito do massacre chama-se Manuel António Silva Ribeiro, que estava a monte desde terça-feira, foi encontrado no dia 27 após uma operação da Polícia Nacional no bairro da Fazenda, na Cidade da Praia. Depois de ser ouvido pela Polícia Judiciária, o presumível autor do crime será entregue ao Tribunal Militares para o desenvolver do processo.
As informações sobre o que motivou o massacre são imprecisas, as primeiras teorias apontavam para o narcotráfico e chegam à hipótese de que o suspeito sofreria de perturbações mentais. Entretanto, desde o início o Governo descartou qualquer associação do acontecido com terrorismo.
Em declaração publicada pela Agência DW, o ministro da Administração Interna, Paulo Rocha, fala em “motivações pessoais”. Segundo a agência de notícias de Cabo Verde, o suspeito teria ainda confessado à família que executou as vítimas uma a uma.
Ao participar do velório de três das vítimas, o presidente da república afirmou que as autoridades institucionais do país saberão ser gratos face ao serviço que os oitos jovens militares mortos esta terça-feira, prestaram à nação e ao Estado de Cabo Verde.
Jorge Carlos Fonseca, que é também Comandante Supremo das Forças Armadas de Cabo Verde, endereçou palavras “sinceras e muito profundas” de conforto solidariedade aos familiares dos jovens mortos, que estiveram presentes na cerimónia.
– Este é um dos acontecimentos mais dolorosos da História de Cabo Verde – considerou o executivo na resolução do Conselho de Ministros publicado em Boletim Oficial.
O governo cabo-verdiano decretou dois dias de luto nacional em homenagem às onze vítimas.