O Brasil assistiu ontem a mais um escaldante episódio da novela em que se transformou a política do país, quando foi disponibilizada na internet a gravação de uma conversa entre a Presidente do País, Dilma Rousseff, e o ex-Presidente, Lula da Silva.
Sabia-se que Polícia Federal tinha gravado várias conversas de quinze números de telefone identificados como pertencentes a Luiz Inácio Lula da Silva, bem como a assessores seus e ao seu filho, Fábio Luís Lula da Silva, mais conhecido como “Lulinha”, no âmbito da investigação do caso Lava Jato e havia quem apontasse o dedo pela exposição do telefonema a Sérgio Moro, juiz responsável pelo processo, que já tinha pedido a prisão preventiva do antigo Presidente do Brasil.
Mas sabe-se agora que a conversa exposta foi gravada sem o consentimento de Sérgio Moro, já que, à hora em que esta ocorreu, o juiz já tinha requerido a suspensão das intercepções telefónicas, por já terem sido feitas “diligências ostensivas de busca e apreensão”, segundo relata o Estadão.
O juiz terá ainda pedido que a Polícia Federal fosse avisada com urgência deste seu despacho, inclusivamente por telefone, conforme consta de certidão lavrada, na qual dá conta que informou o Delegado da Polícia Federal, o Dr. Luciano Flores de Lima, pelas 11h44 do dia de ontem, tendo enviado esse mesmo ofício à operadora Claro às 12h18.
Ora acontece que o telefonema que agora se tornou público foi registado às 13h32 do dia de ontem, ou seja, de forma ilegal, por carecer de consentimento judicial.
Em comunicado, a Polícia Federal já se desresponsabilizou pelo sucedido, invocando que a interrupção das gravações autorizadas pela Justiça é da competência das operadoras telefónicas, e dando nota de que a comunicação à mesma foi feita atempadamente.