(Imagem: Reprodução Cidadania em Pauta)
Um aplicativo para tablets criado em Recife (Brasil) está ganhando o mundo. Criado por Carlos Pereira, o software nasceu como uma alternativa para permitir a comunicação de Clara, sua filha, que tem paralisia cerebral.
O app, desenvolvido em 2013, foi premiado no início de fevereiro pela Organização das Nações Unidas (ONU) como o desenvolvimento mais inclusivo do mundo.
– A Clara não fala, não anda, mas tem a inteligência normal. Ela é prisioneira do próprio corpo – , disse em entrevista ao Estado de S. Paulo o pai, que estudou programação Java por conta própria para construir o app, após testar sem sucesso vários aplicativos de comunicação alternativa.
O Livox é elaborado sobre um algoritmo que adapta o software ao usuário. Isso porque as capacidades motoras de quem o usa pode variar muito. Como interpretar um toque impreciso, ou outro que se arrasta pela tela? A “inteligência” dada à solução permitiu que ele pudesse ser usada por pessoas com dificuldades diversas, como autismo, deficiência visual ou auditiva.
O app reproduz em áudio textos digitados através de teclado virtual ou oferece a construção de orações como “Eu quero…” seguido de opções como “brincar”, “almoçar”, que, por sua vez, são sucedidos de botões com imagens e textos como “esconde-esconde” ou “macarrão”, respectivamente.
Em dezembro de 2014, a equipe do Livox ganhou um prêmio do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) disputado por startups com soluções voltadas para a melhora de qualidade de vida.
Dois meses depois, viria a premiação da ONU em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, que avaliou cerca de 20 mil aplicativos, de 178 países. A premiação na ONU rendeu a Carlos e sua equipe a possibilidade de levar a solução do Brasil para o mundo.
Hoje, o software já está disponível em 25 idiomas e funciona apenas em tablets Android, mas deve se tornar compatível com Windows 8 e 10 (em computadores e tablets com tela touch) e iPad (iOS).
Veja o aplicativo em ação: