Activista angolano Nuno Dala encerra greve de fome após 36 dias
Há mais de um mês em greve de fome, o activista angolano Nuno Dala anunciou que dará fim ao protesto à meia-noite de amanhã (15 de abril). O anúncio foi feito por meio de uma carta, enviada ao seu advogado e divulgada com exclusividade pelo portal Rede Angola.
Na declaração, Nuno Dala justifica a decisão com o facto de as autoridades terem “cumprido em grande medida” com as exigências do activista. Em causa está a devolução do material apreendido pela polícia aquando da detenção do professor universitário.
No dia que publicamos este artigo, contam-se 36 dias desde que o activista angolano se recusa a ingerir qualquer alimento. Segundo o director do Serviço Penitenciário onde Nuno Dala está internado, o activista sofre neste momento de paludismo e tem também algumas perturbações no pulmão e regista fraqueza.
Leia a íntegra da carta:
“Hoje, 14 de Abril, completei 36 (trinta e seis) dias de greve de fome.
Têm, porém, circulado informações segundo as quais eu pus fim à greve de fome, sendo que voltei à alimentar-me. Todavia, tais informações são falsas.
Minha greve de fome, iniciada às 00:00h do dia 10 de Março, continua. Em momento algum eu a suspendi.
Entretanto, felizmente, as autoridades cumpriram em grande medida com as minhas exigências. Deste modo, informo que, tanto por esta razão como por força de inúmeros apelos de familiares, colegas, amigos, médicos etc, minha greve de fome termina às 00:00h do dia 15 de Abril, isto é, amanhã, sexta-feira.
Ao terminar, agradeço a todos os angolanos e demais pessoas pelo mundo que apoiaram a minha família das mais diversas formas. O agradecimento estende-se também àqueles que o fizeram de forma anónima.
Subscrevo-me
Nuno Álvaro Dala (14/04/16).”
O caso remonta de 20 de Junho de 2015, quando 17 activistas foram presos acusados de rebelião por se terem encontrado para discutir o livro do jornalista Domingos Cruz, “Ferramentas para destruir o ditador e evitar a nova ditadura – Filosofia política de libertação para Angola“. Após meses de prisão preventiva, no passado mês de Março foram lidas as sentenças e a Nuno Dala coube a pena de quatro anos e seis meses.
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