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Aplicação moçambicana liga trabalhadores do sector informal a clientes

(Imagem: Aaron Burden, via Club of Mozambique)

 

A aplicação Biscate, criada pela startup moçambicana UX, vai ligar trabalhadores do sector informal a clientes através de tecnologias SMS, USSD e Web. Profissionais como canalizadores, electricistas e carpinteiros terão a possibilidade de se registar numa plataforma online usando um telemóvel básico, à qual os clientes recorrerão para solicitar os seus serviços.

 

Na fase de teste, agora em curso, foram registados mais de 3.000 trabalhadores e recebidas solicitações de contactos por clientes em todo o território nacional, e o lançamento oficial terá lugar nos próximos meses, numa parceria com a operadora de telefonia Vodacom.

 

Frederico Silva, co-fundador da UX, considera que a aplicação “terá um papel transformador em Moçambique, a julgar pelo número de profissionais a actuar no sector informal e as dificuldades para encontrar oportunidades”.

 

Com o Biscate, os trabalhadores criam perfis (com nome, profissão, localização, nível de experiência e educação) utilizando as tecnologias SMS e USSD, que são colocados numa base de dados e acessíveis por Web e App pelos clientes que, depois da realização da actividade, avaliam o desempenho dos trabalhadores.

 

– É um método que, por um lado, tem a preocupação de criar oportunidades para sectores na informalidade, mas que também não descura da meritocracia, já que os profissionais com as melhores avaliações terão mais probabilidade de encontrar trabalho – afirma Frederico Silva.

 

O Biscate foi vencedor em várias competições, sendo a primeira organizada pelo Ministério das Ciências e Tecnologia moçambicano, em 2014, e duas nos Estados Unidos, em competições para startups. Actualmente o Biscate é recipiente de um fundo da Fundação Americana para o Desenvolvimento em África, para a implementação na fase experimental.

 

Cerca de 60% da população moçambicana tem acesso a telemóveis e os níveis de penetração de internet fixam-se em 10%, dados que observadores consideram reveladores das potencialidades para a expansão de serviços tecnológicos.

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