A Deco, associação que vela pelos interesses dos consumidores em Portugal, investigou os preços de 1862 produtos nas lojas online Box Jumbo, El Corte Inglés, Fnac, Phone House, Radio Popular, Staples e Worten, antes e durante do período de descontos da Black Friday e concluiu: regra geral os descontos praticados na sexta-feira negra são sobre preços muito inflacionados.
Já se suspeitava que a prática tivesse lugar, mas agora é a confirmação. Em média os preços dos produtos analisados pela Deco tiveram uma subida de preços na ordem dos 10% antes da época de descontos.
Casos houve em que depois dos aumentos e dos descontos o preço de venda na Black Friday era superior ao preço de venda em épocas normais! Na Worten O televisor LG 55UF770V, que uns dias antes da Black Friday custava 1.099€, subiu para 1799€ e na Black Friday era vendido a 1439,20€. Na Rádio Popular o televisor LG 32LF5610 custava 319,99€ a 16 de novembro, mas nos dias seguintes subiu gradualmente de preço até chegar aos de 399,99€. Na Black Friday, já com o “desconto” o televisor podia ser adquirido por 359,99€. Também na Worten o telemóvel S4 da Samsung teve um acréscimo de 100€ ao seu preço no dia 24 de novembro e três dias depois, na Black Friday, teve um desconto de 80,99€.
Segundo a Deco “Esta manipulação de preços não se encontra generalizada, mas 1 em cada 20 produtos com descontos anunciados na Black Friday viola a Lei das Práticas Comerciais Desleais e ainda a Lei dos Saldos e das Promoções, ou seja, pode levar o consumidor a comprar um produto por acreditar que está a poupar, quando, na verdade, não está.”
A associação já denunciou o caso ao Ministério da Economia, à Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) e à Direção-Geral do Consumidor, tendo pedido punição exemplar par as empresas em causa. As coimas para casos destes podem chegar aos 45 mil euros.