(Imagem: Reprodução pulse)
Como muito do que acontece em Angola, não há informações precisas sobre o teor dos acordos assinados pelo presidente angolano José Eduardo dos Santos em sua última visita à China.
Dentre as hipóteses levantadas, está a informação, divulgada pelo portal VOA, de que o presidente teria prometido 500 mil hectares de terras férteis aos chineses como “30% de garantia do empréstimo concedido a Angola”, um valor que pode chegar a 25 mil milhões de dólares, segundo informações divulgadas pela imprensa e também sem confirmação do Estado angolano.
Segundo a publicação, as terras pertencerão à província do Cuando Cubango, onde a China já há quatro anos ocupa cerca de 15 mil hectares de terras num projecto experimental de plantação de arroz. Em entrevista ao VOA, Fernando Macedo, professor universitário e defensor dos direitos humanos, reagiu à entrega destes milhares de hectares afirmando que o Presidente angolano terá cometido um crime contra a segurança do Estado e traição à pátria.
O assunto é tratado com secretismo pelos governos angolano e chinês, que não precisam nem o montante nem os termos da ajuda, apenas limitam-se a informar que o apoio financeiro concedido será para ajudar financeiramente Angola a “superar as dificuldades” criadas pela queda do preço do petróleo e consequentemente “diminuição das receitas do governo”.
Questionado pelos deputados da oposição sobre as modalidades do financiamento atribuído pela China, o ministro das Finanças angolano Armando Manuel afirmou na última quinta-feira na Assembleia Nacional, em Luanda, que a visita de José Eduardo dos Santos à china visou essencialmente o reforço das relações de amizade e de cooperação bilateral com aquele país asiático.
Ainda num esforço para diminuir os rumores sobre o assunto, o secretário para a Informação do Comité Provincial de Luanda do MPLA, Norberto Garcia, afirmou em conferência de imprensa que “têm se levantado algumas vozes dizendo que a visita do Chefe de Estado à China teve como propósito a alienação do país e da pátria, nomeadamente das províncias de Malanje e do Cuando Cubando, o que não corresponde à verdade”.